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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Museu na floresta promove a aproximação entre pessoas e natureza através da arte

Técnica desenvolvida por Ronnie de Camino na Costa Rica poderá ser desenvolvida no Jardim Botânico Adolpho Ducke em Manaus
    Museu na Amazônia.
    Técnica objetiva pintura e escultura em árvores (Divulgação)
    Uma nova técnica em pintura artística foi apresentada a artesãos, ambientalistas e artistas plásticos de Manaus nesta quinta-feira (15). A técnica criada por Ronnie de Camino, diretor do Centro de Educação e Pesquisa em Agricultura Tropical (Catie), consiste na criação de pinturas e esculturas em troncos de árvores vivas no meio da floresta.
    O projeto “Museu na Floresta” tem como objetivo levar os artistas para criar suas obras em parques e áreas verdes e conectar pessoas e florestas através da arte. Criado em homenagem ao Ano Internacional das Florestas, comemorado em 2011, a iniciativa tem chamado à atenção de artistas plásticos de Manaus.
    “Meu trabalho é fruto dos meus sonhos. Minhas obras são resultado deles. Sonhei que seria muito belo utilizar a casca das árvores vivas como uma tela. Mas essa é só uma parte do sonho. Meu próximo projeto é pintar os telhados das casas e construir grandes obras de arte em média de 40 hectares”, disse Camino durante a palestra realizada na capital amazonense.
    O primeiro museu na floresta será aberto ainda este ano no Catie, na Costa Rica. Na Croácia, a técnica foi batizada de Art’boreto e alguns exemplares foram criados em árvores no meio do ambiente urbano.
    “Há vários países já interessados em adotar esta técnica em parques ambientais de seus países como o Parque Nacional Lanin e o Lago Puelo na Argentina, e no Brasil, certamente um dos primeiros parques a adotar a técnica será o Jardim Botânico Adolpho Ducke, na Zona Leste de Manaus.
    Esta possibilidade será mediada pelo Museu da Amazônia (MUSA) que atua no Jardim Botânico de Manaus. “Estamos apresentando a ideia aos artistas plásticos da cidade. Neste primeiro momento queremos coletar ideias que se adéquem a nossa realidade e analisar as propostas dos nossos artistas plásticos. O trabalho do Musa será disponibilizar o espaço e viabilizar para que os artistas possam elaborar suas obras”, destaca Rita Mesquita, coordenadora do Musa.
     “Neste momento estamos abrindo discussões sobre o trabalho. A técnica não se resume somente a utilização das árvores como matéria-prima para as esculturas e pinturas. A floresta será utilizada como um espaço vivo para uma instalação artística que além das pinturas e esculturas nos troncos das árvores poderá ter características próprias dos artistas plásticos locais”, comenta.
    A técnica tem ganhado força mundial através de imagens virtuais divulgadas na internet onde obras de grandes pintores foram reproduzidas em árvores no meio da floresta, criando enormes museus “virtuais” à céu aberto.
    Polêmica
    Beleza e criatividade à parte, a técnica vem gerando polêmicas e discussão por parte de ambientalistas, em torno dos danos que as pinturas e esculturas podem gerar à vida das árvores utilizadas.
    De acordo com Camino, as tintas utilizadas para as pinturas não são tóxicas e não possuem nenhuma substância que agrida a vida e desenvolvimento natural da árvore e as esculturas são feitas apenas superficialmente nas cascas das árvores. “Eu sou um ambientalista e já plantei muitas árvores na minha vida, por isso me sinto à vontade para pintá-las”, argumenta.
    Alerta
    Por outro lado, a técnica é defendida como um grito de alerta em defesa da preservação das florestas. A ideia não é só utilizar as árvores como matéria-prima, mas é chamar a atenção para a causa da preservação e manutenção da floresta em pé.
    “O mundo não vai se salvar com gestos convencionais. Vai se salvar com a insolência e gestos nada convencionais”, conclui Camino.
    Inscrições
    Os artistas plásticos interessados em participar do projeto em Manaus, podem enviar suas propostas para a coordenação do Musa na Rua EG, esquina com Rua Constelação – 11 A, Conjunto Morada do Sol – Aleixo.

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    SÃO PAULO, 86% dos museus têm problemas!



    A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido pelo Sistema Estadual de Museus (Sisem), órgão ligado à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao menos, um problema grave.

    Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização, reservas técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes - porque há instituições fechadas ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se encontram documentos e peças importantes para a história de São Paulo. Se bem utilizado, pode indicar quais medidas urgentes devem ser tomadas pelos responsáveis pelos museus.

    Para chegar aos dados, o Sisem mobilizou uma força-tarefa no ano passado. Oito agentes do departamento visitaram, entre maio e dezembro, os 190 municípios paulistas que têm ao menos um museu. A reportagem teve acesso exclusivo ao material e, nas últimas semanas, conversou com responsáveis por algumas instituições. Caso, por exemplo, do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, de Rio Claro, a 181 km da capital.

    Fechado desde 2004, o casarão histórico que abrigava o acervo pegou fogo em maio do ano passado. "Justamente quando estávamos para começar um restauro, pois havíamos conseguido verba de R$ 180 mil", conta Maryzilda Campos, diretora de Patrimônio Histórico do município.

    Por sorte, a maior parte do acervo estava guardada em outro endereço. Mas algumas peças viraram cinzas, como uma carruagem antiga e uma réplica da Pietà. Com verbas federais e municipais que chegam a R$ 4,2 milhões, o plano é reconstruir o casarão - a promessa é que as obras comecem em 2012.

    "Isso é geral: não se pensa em manutenção, só em restauro. Então trabalhamos no extremo. Somos chamados para restaurar o que está praticamente acabado", critica o restaurador Arnaldo Sarasá Martin. "Por não haver manutenção, há museus com infiltrações, enchentes e teto desabando."

    O secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, garante que o levantamento do Sisem já é usado como bússola para indicar as melhores estratégias na administração dos museus. "Com esses dados em mãos, podemos dar apoio técnico e, em alguns casos, financeiro às instituições mais problemáticas", afirma. Neste semestre, a secretaria de Estado promete realizar planos museológicos para seis municípios e nove oficinas de documentação, ação educativa e conservação de acervos.

    Como consequência imediata, a secretaria decidiu interromper o processo de municipalização dos museus estaduais, iniciado em 2009. "Agora estamos discutindo a municipalização caso a caso. Porque não adianta municipalizar, se a prefeitura não tiver fôlego para administrar um museu", diz o secretário.


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    http://odiariodemogi.inf.br/nacional/noticia_view.asp?mat=31927&edit=4

    Relíquias valorizam patrimônio de Icó

    Tombada como patrimônio histórico, a cidade de Icó reúne, nas suas igrejas, um rico acervo sacro

    Icó. Nesta cidade, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), localizada na região Centro-Sul, distante 375 Km ao sul de Fortaleza, em duas igrejas construídas há mais de 250 anos há um rico e importante acervo de imagens sacras. Os visitantes têm oportunidade de conhecer esculturas artísticas, de madeira, que são objetos de devoção para os fiéis católicos e de admiração para os apreciadores de arte religiosa de inspiração barroca.

    Os dois principais templos da cidade estão localizados no Largo do Théberge, o centro histórico de Icó: a Igreja do Senhor do Bonfim e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação, padroeira do Município, construída em 1709, que é tombada pelo Iphan. Após a chegada de quatro padres carmelitas, em março deste ano, houve a possibilidade de abertura dos templos para visitação diária e nos horários de celebração litúrgica. Antes, as igrejas permaneciam fechadas à visitação.

    Na Igreja do Senhor do Bonfim, construída em 1749, há dois altares laterais com imagens de Nossa Senhora das Dores e de Nossa Senhora da Penha. Ambas esculpidas em madeira há mais de 200 anos. A imagem de Senhor do Bonfim (Jesus Crucificado) está no altar principal, em um ponto elevado, e chegou ao Icó há exatos 261 anos, trazida por escravos e religiosos, depois do desembarque na cidade de Salvador, na Bahia, vinda de Portugal. Segundo o pesquisador da história local, Miguel Porfírio, a imagem de Senhor do Bonfim veio conduzida em lombo de animal desde Salvador, em antigas estradas do sertão nordestino. Foram vários dias de viagem até chegar a Icó, onde ainda hoje é motivo de celebração de uma das maiores festas religiosas do Ceará, no dia 1º de janeiro.

    A devoção ao Senhor do Bonfim é elevada e reúne milhares de fiéis durante o novenário e na tradicional procissão pelas ruas históricas da cidade. "Orar, renovar preces e fazer agradecimentos é um ritual comum e diário dos devotos, marcado com muito fervor", observa a secretária de Cultura de Icó, Jequélia Alcântara.

    A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação reúne um rico e importante acervo de imagens sacras. São dez peças esculpidas em madeira, algumas folheadas a ouro, como a da padroeira (Maria Santíssima na expectativa de dar à luz ao filho Jesus) instalada no altar-mor e a de Senhora Sant´Ana, que fica em um dos altares laterais.

    Acervo
    Colocadas em dois suportes de ferro, fixados em colunas próximas ao altar-mor, há Santa Luzia e São Sebastião. Nas paredes laterais, há seis nichos com imagens de santos diversos: Santo Antônio, São Miguel, Santa Luzia, São José, Bom Pastor e Nossa Senhora da Soledade.

    O frei Antônio de Pádua Rodrigues disse que a paróquia pretende solicitar do Iphan autorização para colocar câmeras de segurança nas alas onde estão expostas as peças para dar maior segurança. O bispo da Diocese de Iguatu, dom João Costa, disse que busca parceria com o Município para a indicação de guias turísticos e de guardas para a proteção do acervo de imagens sacras. "Há um esforço da nossa parte em manter as igrejas abertas, mas isso será possível com uma parceria com a Prefeitura ou o Governo do Estado", observou. "Precisamos de proteção e de orientação aos visitantes sobre a história da religiosidade local", contou.

    Dom João Costa observou que a cidade de Icó reúne peças de elevado valor histórico e cultural, de beleza rara, no estilo barroco. "As imagens expressam a religiosidade do nosso povo, a fé, que vem de tempos remotos até os dias atuais", disse. "A beleza rara e a criatividade de transformação de madeiras em imagens sacras pelos artesãos expressam o talento dado por Deus", destacou.

    O sacristão e zelador das igrejas antigas de Icó, José Oliveira Dino, mais conhecido por "Dedé da Igreja", lembra que no final dos anos de 1960, ocorreram vários casos de furto nos templos da cidade. "Levaram a coroa de ouro de Maria que estava nos braços da imagem de Senhora Sant´Ana, a coroa de ouro da imagem da padroeira Nossa Senhora da Expectação e a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que era linda, de madeira pura", conta. "Imagens de Nossa Senhora da Felicidade, São Francisco e de São José de Botas, que dizem que é uma raridade, também foram furtadas", relata.

    Mais informações

    Paróquia de Nossa Senhora da Expectação - Icó
    Centro Histórico Largo do Théberge
    Telefone: (88) 3561. 1052

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    Menos transpiração e mais inspiração - excelente artigo da Revista FAPESP


    Menos transpiração e mais inspiração
    A economia criativa pode ser a nova forma de mudança no perfil da produção das cidades
    © THATYANA ESPERANZA / FOTOARENA / FOLHAPRESS
    A moda como economia
    Economia da cultura ou economia criativa são termos que, embora não sejam sinônimos, tentam dar conta do promissor casamento entre dois campos: o da economia e o da cultura. Juntos, têm produzido importantes transformações na economia das cidades, já que abrangem as atividades que têm como principal insumo a criatividade humana, envolvendo setores industriais e prestadores de serviços como arquitetura, moda, design,software, mercado editorial, televisão, filme e vídeo, artes visuais, música, publicidade, expressões culturais e artes cênicas. Foi classificada como a terceira maior indústria do mundo, atrás apenas das de petróleo e de armamentos. E tudo basea-do na criatividade. Uma pesquisa feita em 2008 pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a Firjan, estimou que a “nova economia” movimenta cerca de R$ 380 bilhões anuais no Brasil (16,4% do PIB). Dados do Banco Mundial indicam que a economia da cultura já responde por 7% do PIB mundial. Não sem razão, a nova gestão do Ministério da Cultura achou por bem criar uma secretaria dedicada a ela, sob o comando da socióloga Cláudia Leitão, que havia desenvolvido estudos sobre o tema no Grupo de Pesquisa sobre Políticas Públicas e Indústrias Criativas na Universidade Estadual do Ceará. Mas a discussão demorou 17 anos para chegar ao Brasil.

    Para tirar esse atraso, universidades e profissionais da cultura estão arregaçando as mangas para difundir o conceito, em iniciativas como a realização do I Seminário Internacional de Economia Criativa: Novas Perspectivas, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio. Ao mesmo tempo, acaba de ser divulgada a pesquisa sobre economia criativa feita pela Fundação do Desenvolvimento Administrativo a pedido da secretaria de governo da Prefeitura de São Paulo, revelando o peso significativo da área na economia paulista e nacional. Segundo a metodologia desenvolvida no estudo para a prefeitura, a participação do emprego formal criativo é de 1,87% do total do emprego formal no Brasil; de 2,21%, na Região Sudeste; de 2,46%, no estado de São Paulo; e de 3,47%, no município de São Paulo. Comparada com outros setores considerados importantes empregadores, a economia criativa destaca-se não só pela capacidade de gerar empregos, mas também pela qualidade e remuneração desses empregos. De 2006 a 2009, a taxa média anual de crescimento do emprego formal no setor chegou a 8,3% no estado de São Paulo e a 9,1% no município, enquanto no total da economia chegava a 5,5% no estado e a 5,8% na cidade.

    No Rio, Manoel Marcondes Neto, professor adjunto da Faculdade de Administração e Finanças da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e líder do grupo de pesquisa Gestão e Marketing na Cultura junto ao CNPq, também se debruçou sobre os números da cultura e acaba de lançar Economia da cultura: contribuições para a construção do campo e histórico da gestão de organizações culturais no Brasil (Editora Ciência Moderna), ao lado de Lusia Angelete. “Os economistas não querem saber disso, e os artistas têm medo quando aparecem termos como economia ou administração”, diz o pesquisador. “Há um preconceito grande nas universidades. Muitos mantêm a rejeição adorniana à produção mercantil de bens e serviços culturais, o que os impede de reconhecer que, hoje, a ideia da cultura como ‘recurso’ vai muito além da transformação da cultura em mercadoria”, analisa Paulo Miguez, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e autor da pesquisa Economia criativa: em busca de paradigmas, apoiada pela Fapesb. 
    O tema é fundamental na discussão atual da sustentabilidade do crescimento brasileiro. “A economia criativa é um caminho interessante, pela sua capacidade de criar empregos, em especial entre os jovens que, se bem articulados e apoiados, se tornam propulsores de inovação e da ampliação da capacidade produtiva”, acredita a economista Lídia Goldenstein, ex-professora da Unicamp que hoje trabalha o novo campo em sua consultoria. “A sustentabilidade do crescimento atual passa necessariamente pelo fortalecimento da economia criativa, pois ela pode garantir a geração de um ambiente inovador robusto, criando instrumentos para o fortalecimento do setor manufatureiro.” Estudo recente feito pelo economista Aurílio Caiado, pesquisador da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), parece comprovar a hipótese: 44,7% dos brasileiros empregados no setor criativo possuem carteira assinada, diante de 37% na média total. Os salários da área são ainda 51% maiores do que a média nacional. “Esse pode ser o caminho para destravar o baixo investimento em inovação das empresas brasileiras e pôr fim ao dilema da inovação que ora culpa as empresas, ora o isolamento das universidades. O Brasil é um ambiente ideal para desenvolver as indústrias criativas e, com elas, elevar o valor agregado do setor de serviços e do setor industrial”, avalia Lídia.
    © G. EVANGELISTA / OPÇÃO BRASIL IMAGENS
    Exemplo da mistura entre a arte e o espaço urbano
    Iconomia - Há mesmo quem, a partir do desenvolvimento da área, proponha renovar o conceito de economia pelo de “iconomia”. “Se economia tem sua origem em oikos, casa, a iconomia se baseia em icos, que deu origem à palavra ícone. O que gera valor, hoje, não é, como nos modelos econômicos tradicionais, a utilidade da coisa ou a energia gasta em sua construção, mas sim uma construção que combina a coisa, o ser e o símbolo. O conhecimento é sempre algo simbólico, intangível. A avaliação do intangível criativo remete diretamente ao conceito de indústrias criativas, de economia criativa. É o capitalismo 3.0, não só material, mas criativo”, defende o economista Gilson Schwartz, diretor acadêmico da Cidade do Conhecimento, projeto do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, basta ver a importância que a sustentabilidade assume, por exemplo, para os negócios de uma empresa: as pessoas não darão mais valor aos produtos que não forem associados à sustentabilidade, à criatividade e a outros fatores intangíveis. Em 2003, em meio a uma pesquisa sobre inovações nos modelos de inclusão digital, Schwartz e seus orientandos começaram um projeto sobre uma moeda alternativa para responder à questão: “Se nós precisamos medir o intangível, se a rede em que estamos trabalhando é uma rede cultural, qual é a medida do gasto neste ambiente?” No Rio Grande do Norte, imprimiram e distribuíram uma moeda que passou a circular no setor de turismo e entre estudantes. “Com base nisso, desenvolvemos um modelo que é a moeda do saber: quem não gastá-la ficará ignorante, perderá saber; quem gastar, ganhará ainda mais saber”, conta.

    “Em 2009, no I Fórum de Inclusão Financeira, o Banco Central reconheceu a iniciativa e hoje fala em moedas sociais, ou seja, meios de pagamento criados de baixo para cima, cujo lastro é o capital social local. Moedas criativas são moedas cujo capital ou ‘lastro’ é cultural. São as moedas da economia criativa”, observa o pesquisador. É o mesmo espírito que rege o trabalho da Secretaria da Economia Criativa, que tem como objetivo se valer da diversidade cultural para estimular a geração de emprego e renda. Segundo a nova secretária, a ênfase na produção local pode vir a valorizar iniciativas regionais em detrimento da produção em massa, um dos fortes da economia criativa. A meta é tratar a cultura como indústria, o que permitiria a emancipação do mundo da criação, tirando dele os polêmicos vícios das leis de incentivo estatal. O processo se amplia ainda mais quando se pensa no conceito das “cidades criativas”, gerado a partir da economia criativa. “Foi da economia da cultura e suas tentativas de organizar um campo mensurável de negócios que surgiu a economia criativa, resultado do processo de ‘desendustrialização’ de muitas economias que perderam atividades industriais por conta da alta capacidade de fragmentação da cadeia de produção e da volatilidade do capital. ‘Cidades criativas’ são as que estão recuperando suas economias por meio de atividades ligadas à criatividade e são exemplos de como a criação pode desabrochar e impactar as relações urbanas”, explica a economista Ana Carla Fonseca Reis, professora da FGV-SP e da Universidade Cândido Mendes, assessora em economia criativa para a ONU. “Cidades que pretendem manter suas economias aquecidas têm de oferecer cultura, integração social e emprego, mesmo no caso da retenção de talentos qualificados, o que tem levado vários governos a valorizar a criatividade no ambiente urbano”, afirma. Segundo ela, em momentos em que a economia está cada vez menos industrial e mais de serviços, vários países observaram suas contas nacionais para ver onde estariam as vantagens competitivas de suas economias e, invariavelmente, descobriram que não se tratava de brigar por commodities, mas pela criatividade agregada a produtos e serviços. Os exemplos são contundentes: Londres, Barcelona, Bilbao, Amsterdã e, entre outras, até mesmo Bogotá.
    Design - “O processo se dá em vários níveis: no impacto da geração de emprego, renda e tributos; na agregação de valor a setores econômicos tradicionais (basta pensar na competitividade que a moda traz à indústria têxtil e de confecções, ou o que o design gera em vários setores); e ao gerar um ambiente favorável ao olhar alternativo, à abertura ao novo”, explica Ana. Nenhuma cidade seria mais criativa do que a outra, mas o índice de trabalhadores criativos que ela vai atrair é que fará a diferença e a transformará num centro de capacitação criativa. “Atrair pessoas criativas e mais qualificadas seria a política mais eficaz de desenvolvimento regional. Regiões com qualidade de vida, com uma vida cultural mais desenvolvida e sociedade diversificada têm uma tendência a atrair pessoas qualificadas e criativas”, observou o economista André Golgher, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em sua pesquisa sobre “cidades criativas”. Golgher relaciona essa atração e concentração de pessoas qualificadas e criativas com o desenvolvimento de cidades e regiões. Assim, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam valores acima da média nacional, com 21,7%: (DF), 15,2% (RJ) e 14,7% (SP). Por outro lado, em estados como Alagoas, Maranhão e Piauí, os valores são muito inferiores, entre 5,1% e 5,5%. O geógrafo Valnei Pereira, da FAU-USP, em sua pesquisa sobre “cidades criativas”, vai além e afirma que as cidades podem ser recriadas em função da economia criativa, mas necessitam de políticas públicas que aproveitem essas dinâmicas. Assim, o espaço urbano não é mais apenas uma “dimensão física imutável”, mas é imbuído da “nova economia cultural do espaço”.

    “As nossas cidades ficaram grandes basicamente por causa da indústria, que é uma atividade que está se acabando, obrigando muitas delas a se reinventar no século XXI. Tecnologia e capital tornaram-se fáceis de ser transferidos e o que agrega valor a uma mercadoria não é mais a produção em si, mas o conceito das coisas”, analisa o economista André Urani, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. Mas é preciso ter cuidados redobrados. “Deve-se superar o aparato ideológico institucional e político das oligarquias e investir num modelo voltado para as pequenas empresas e oferta de serviços, que absorvam a criatividade nos processos produtivos, o modelo de um ‘setor quinário’”, avisa. No Rio de Janeiro, os Jogos Olímpicos de 2016 fazem parte de um grande movimento de recuperação da cidade pela via da economia criativa, nos moldes do conceito de “cidades criativas”. “Mas é preciso uma nova dinâmica que ponha os projetos a favor das cidades, e não ao contrário. É necessário ir além da criação de infraestruturas para reforçar um modelo de governança compartilhado e um arranjo institucional que favoreça a sociedade civil, fortaleça as instituições”, avalia Ana. “A criatividade impulsiona a busca de novos arranjos de governança entre público, privado e sociedade civil; levanta formas alternativas de financiamento, mais voltados ao capital de conhecimento do que às garantias físicas; traz inovações na gestão da cidade; e, por fim, engendra modelos colaborativos nos quais todos ganham, em vez de competitivos, nos quais um ganha no curto prazo e todos perdem”, observa a pesquisadora.

    fonte:
    http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4518&bd=1&pg=2&lg=

    O museu dos mágicos - The Magic Circle Museum


    O Magic Circle Museum é um dos museus de mágica mais respeitados do mundo, pois a sociedade que o mantém configura-se como uma instituição centenária e altamente prestigiada. Nele, encontram-se kits antigos de mágica, sets utilizados em programas de televisão, cartazes anunciando shows dos grandes mágicos, fotos histórias e muitos segredos (que não serão revelados).

    Atenção: este não se trata de um museu convencional, para turistas. É mais indicado para quem realmente se interessa por mágica, seja estudante, curioso ou profissional. E para aproveitar ainda melhor seu passeio, considere ligar para 0845 ​006 ​2500 e agendar um tour guiado, que lhe apresentará os destaques do museu e sua devida contextualização.



    Fotos: Divulgação







    Destaques do museu


    - As roupas utilizadas por Chung Ling Soo, mágico (americano que se passava por chinês) que morreu com um tiro durante apresentação.
    - Objetos de David Nixon e Tommy Cooper usados em performances na televisão.
    - Set de bolas e copos utilizados pelo Príncipe de Gales no seu exame para ingresso no Magic Circle
    - As algemas de Houdini


    The Magic Circle
    A sociedade Magic Circle foi fundada em 1905, com o intuito de promover e preservar a prática mágica. Desde então, mágicos que desejam ingressar no seleto clube devem passar por provas de história e exames práticos. Um membro peculiar é o Príncipe de Gales, Charles, que foi aprovado em 1975. Inclusive os objetos utilizados por ele em um dos testes podem ser vistos  no museu. Atualmente, a Magic Circle possui 1,5 mil ativos, 1/3 fora do Reino Unido..




    Meet The Magic Circle
    David Devant, o primeiro presidente do MC
    Duas vezes por mês, normalmente às terças-feiras, a Magic Circle promove um evento bastante interessante, chamado Meet the Magic Circle. Com duração de aproximadamente três horas, o encontro reúne mágicos e o público em geral para tratar da história da mágica e praticar alguns truques bem na cara dos visitantes. Na mesma noite, a entrada ao museu é liberada, e mágicos respondem à maioria das dúvidas. Só não respondem, na verdade, a uma delas: “Qual é o segredo?”. Para agendar uma visita ou verificar próximas datas, ligue para Diane O’Brien no número 01322 221592 ou envie um e-mail para dianeobrien@themagiccircle.co.uk
    > Confira todos os eventos do Magic Circle

    Visitas

    Endereço: 12 Stephenson Way, London, NW1 2HD
    Estação de metrô: Euston Station
    Encontre o museu no mapa
    Telefone: 0845 ​006 ​2500

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