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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Moscou, descobre de novo a obra de Nikolai Ge, um dos pintores mais importantes e peculiares do século XIX


Desde o famoso museu “Hermitage” até o jogo computadorizado popular “Tetris”, desde o joalheiro “Fabergé” até o guia da revolução socialista Lênin..... Tudo isso está presente na edição de gala !Icons of Rússia”, - “Ícones da Rússia”, - cuja apresentação se deu em Moscou  a 19 de outubro. 


Photo: RIA Novosti



“Russian’s brand book”, o primeiro livro de símbolos e de “brands” do país, foi editado, apesar do seu título inglês, em russo. Espera-se que em breve esta obra seja traduzida para as línguas mundiais básicas. Pretende-se lançar, especialmente para os estrangeiros, uma versão turística mais cômoda, em formato de “pocket-book”.
“Trata-se neste caso de um objeto único, que posiciona de uma forma bem clara a Rússia no mundo”, - disse no ato de apresentação do livro o eminente historiador Serguei Deviatov.
 
É uma variante absolutamente revolucionária: fornece todas as informações de uma maneira ao máximo concisa, imagética e, ao mesmo tempo, bastante completa, o que é especialmente importante para os estrangeiros que conhecem pouco a Rússia. Não constitui segredo que o enfoque da Rússia no mundo é bastante mitogologizado. Infelizmente, mesmo hoje há quem procure um urso perambulando pela Praça Vermelha.....

Quais são os símbolos e os “brands” que os autores do projeto acharam os mais significativos? Certamente, o balé russo, o sistema teatral de Stanislavski, a cosmonáutica, a submetralhadora “Kalachnikov”, os tesouros da dinastia imperial dos Romanov e a luta “sambo”.....

“Este foi o processo mais divertido, alegre e agradável na minha vida de trabalho”, - confessou Andrei Khazin, um dos autores do projeto.
 
Pode-se abrir o livro em qualquer página e cada uma delas vai dizer muito. Matrechka, isto é, boneco de madeira... São poucos os que sabem que “Matrehka” é um objeto inventado artificialmente há relativamente pouco.Todavia a história do seu surgimento e da sua proliferação excepcionalmente impetuosa e ampla no mundo na qualidade de um dos símbolos da Rússia é muito interessante. Nem falo dos outros “brands”, como, por exemplo, o vodka.

De um modo geral, nesta nova edição há muitos fatos divertidos e, inclusive, cômicos, o que contribui para posicionar a Rússia como um país aberto, amistoso e muito criador, - asseveram os criadores do álbum “Icons of Rússia”. “Centenas dos seus símbolos – magníficos e dramáticos, comoventes e anedóticos, - formam um mosaico pitoresco, que é a imagem da Rússia.
   
A Rússia incorporou-se no programa internacional de transmissão de espetáculos de ópera, encenados no teatro “Metropolitan” de Nova Iorque. A 15 de outubro deu-se pela primeira vez a transmissão direta da ópera de Gaetano Donizetti “Ana Boleyn” para os cinemas russos. 

Já há cinco anos o teatro “Metropolitan – opera”  tem transmitido “ao vivo” os seus espetáculos de ópera para os cinemas de mais de cinqüenta países e o teatro Bolchoi de Moscou apresenta da mesma maneira as obras primas do seu balé ao mundo inteiro.

No espetáculo de “Metropolitan Opera” os três papeis principais foram feitos por cantores russos – Anna Netrebko, Ekaterina Gubanova e Ildar Abdrzakov.
    
O maior projeto de exposições da Galeria Tretiakovski, de Moscou, descobre de novo a obra de Nikolai Ge, um dos pintores mais importantes e peculiares do século XIX. A exposição funciona no período de 19 de outubro a 5 de fevereiro. 

A exposição está dedicada a 180 anos de nascimento de Nikolai Ge e tem o nome da sua tela mais famosa, - aquela em que o Cristo palestra Pilatos, indagando “O que é a verdade?”. É bem provável que o próprio pintor procurasse resolver este problema difícil depois de ter fugido de Petersburgo para uma aldeia ucraniana, em que levou durante um certo tempo, a vida de monge – eremita. Este intervalo na atividade criadora deu-se depois do triunfo da tela “A ceia secreta”, que proporcionou ao pintor o título mais alto de acordo com o regulamento da Academia Russa de Belas Artes – o de “professor titular”. O quadro “O que é a verdade?” suscitou uma reação mais contraditória.

A tela, que o próprio imperador Alexandre II tinha qualificado de “repugnante”, foi retirada e Nikolai Ge caiu em desgraça. Mas não parou... Autor de quadros históricos, de retratos e de paisagens, ele deu início ao tema principal da sua obra artística – o ciclo “Paixões do Cristo”.
“Por que foi que a obra de Ge não agradou? A julgar por tudo, naquela época os pintores russos ainda não tinham conquistado o direito à interpretação autoral dos eventos evangélicos e da figura do Cristo, assim como o direito de exprimir ao seu próprio sentimento religioso”, - foi esta a suposição que a curadora da exposição Tatiana Karpova formulou na entrevista à “Voz da Rússia”.
   
Existia a tradição ortodoxa da imagem do Cristo que era belo tanto interna, como externamente. Mas o pintor Ge afastou-se bastante deste cânone. O seu Cristo “mirrado” não parecia absolutamente o Deus feito homem, nem Salvador. A sua interpretação dos enredos evangélicos e, em primeiro lugar, da figura do Cristo, era considerada chocante.

No entanto o grande escritor Leão Tolstoi, amigo íntimo do pintor, fez grandes esforços a fim de convencer o eminente mecenas russo Tretiakov de que as telas deste pintor tinham um valor artístico e filosófico excepcional. Note-se que isso se deu no momento em que a exposição dos quadros de Ge, que o famoso colecionador já possuía, era proibida. Todavia o pintor Ge soube encontrar o seu público: ele foi o primeiro não conformista na história da pintura russa que organizava exposições em casa.

Mas o filho do pintor achou que esta situação de Nikolai Ge era injusta. Ele levou para a Suíça as obras do pai, que não tinham procura na sua terra natal, e organizou várias exposições em Genebra e em Paris. Mas o verdadeiro abrigo das obras de Ge foi o castelo da baronesa Beatrix de Watville, situado nas proximidades de Genebra. Depois da morte da dona do castelo todos os bens que se encontravam no castelo, incluindo mais de cinqüenta desenhos de Ge e esboços dos quadros do “Ciclo de paixões” e ilustrações do livro de Leão Tolstoi “De que é que os homens vivem”,  foram postos em leilão e ficaram nas mãos de uma pessoa desconhecida. Estes desenhos vieram à tona apenas em 1974, no chamado “mercado de pulga” de Genebra. Foi aí que os viu Christof Bollman, colecionador suíço, naquela época ainda estudante de arquitetura. “Os desenhos estavam no asfalto e algumas pessoas chegavam a pisar neles”, - depõe o colecionador.

“Um sentimento especial do colecionador sugeriu-me que era preciso dar atenção a estes desenhos, embora naquela época os desenhos e obras de arte, inspirados nos temas religiosos, não estivessem na moda. Percebi que todos eles foram feitos pela mesma mão, - talentosa e forte. Mas mesmo eu não pude imaginar a envergadura do pintor que os tinha feito. Quinze anos depois conseguiu-se identificar estes desenhos e virou clara a envergadura do seu autor e a importância do meu achado para a arte mundial. Foi nesta altura que comecei a buscar contatos com especialistas que estudavam a obra de Ge e comecei a colaborar com diversos museus russos
.
Agora os desenhos estão na Galeria Tretiakovski, que os tinha adquirido. Como se sabe, o grosso da herança de Nikolai Ge está precisamente ali.

A “Maratona das regiões da Rússia” foi concluída na cidade balneária de Sochi, capital dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, situada à beira do mar Negro. Este festival brilhante, que se realiza no quadro das “Olimpíadas culturais – 2014”, reuniu conjuntos folclóricos de mais de quarenta divisões federais da Federação Russa.

Conjuntos folclóricos da Sibéria, dos Urales, do Norte do Caução e da região do rio Volga apresentaram a sua arte....”A Rússia apresentou-se em toda a sua multivariedade cultural”, - afirma o diretor do festival Yuri Dontsov.
   
“Nós próprios não esperávamos que viessem tantos participantes, - diz ele. – A riqueza cultural do nosso país é o cartão de visita da Rússia. Bem que gostaríamos que a recordação e preservação das tradições dos nossos povos não seja uma prerrogativa nossa – importa que o mundo inteiro saiba, o quanto a Rússia é rica neste plano”.

Os artistas do conjunto de canção e dança “Tulipa” vieram a Sochi da Calmuquia, uma república situada nas estepes, famosas por suas moitas de tulipas. O dirigente artístico do conjunto “Tulipa” Valeri Erdniev fala do seu povo e da sua cultura.
   
Nós, os calmucos, - um povo original da Mongólia Ocidental, - mudamo-nos para a Rússia no processo de peregrinações nômades há quatrocentos anos. Junto de nós vivem etnias do Norte do Cáucaso, nas proximidades estão as regiões de Stavropol e de Volgogrado com a população russa. Mas as nossas danças e canções diferem muito do folclore dos nossos vizinhos. Por exemplo, o nosso povo tem utilizado muito o “morinhur”, um instrumento semelhante ao violino, mas as suas cordas são feitos do pelo do cavalo e o braço está encimado por uma cabeça de cavalo. Temos também outros instrumentos nacionais, por exemplo, o “yahti”, semelhante a “gusli” russo. Quem toca este instrumento são mulheres que acompanham a sua interpretação com o canto vocal.

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