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domingo, 15 de janeiro de 2012

Este museu é assim: narra a história da mágica e do ilusionismo, e faz todo visitante voltar um pouquinho a ser criança

Abracadabra!



Uma bolinha que se transforma em duas, três, cinco, dez. Uma carta some do baralho e aparece na sua mão. Um coelho surge de dentro de uma cartola. A bengala se transforma em um lenço. Tudo isso bem diante dos nossos olhos. Resumindo, assiiim... uma Brastemp! Esse e outros "fenômenos", inexplicáveis do ponto de vista da ciência, são perfeitamente possíveis quando se fala do mundo da mágica e do ilusionismo, que encanta adultos e crianças. A parte óbvia dessa brincadeira é que todo mundo tem curiosidade de saber como ela acontece. Mas o não-óbvio, que você vai descobrir a seguir, é que existe um lugar na capital que desvenda todo esse mistério.
Para conhecer um pouco mais sobre o universo dos truques mágicos, como a técnica surgiu e ver de perto alguns "equipamentos" utilizados pelos profissionais da magia circense - e até participar de uma apresentação -, não espere pelos shows em festas de aniversário ou pelos programas de TV. É só visitar o Museu da Mágica, Ilusionismo e Prestidigitação João Peixoto dos Santos, o único do gênero na América Latina. O museu existe há 27 anos e surgiu da paixão de Basílio Artero Sanchez, mais conhecido como Mister Basart, pela mágica. Se o nome soa familiar, é isso mesmo: Mister Basart apresentava seus números no programa Bambalalão, da TV Cultura, nos anos 80.
Para visitar o museu, é necessário fazer o agendamento prévio; embora montado em um espaço pequeno, a história do espaço conta é grandiosa. Mister Basart acompanha os visitantes por suas instalações e conta como a mágica surgiu, mostrando fotos da época em que trabalhava no Bambalalão; além de alguns apetrechos que os mágicos usam, como uma maquete do famoso número da mulher serrada ao meio. Tem até uma representação do coelho na cartola. Como Sanchez é também ventríloquo, há alguns bonecos próprios em exposição; com eles, faz apresentações para os participantes. E, é claro, os shows de mágica estão garantidos como parte do programa.
Além da visitação, que acontece diariamente, o museu oferece cursos de mágica. O módulo iniciante dura três meses. Depois, há os de especialização, como as mágicas de improviso, a manipulação de objetos e os números com baralho. Para quem quer aprender somente alguns truques para mostrar para a família e os amigos, existem os workshops. "Às vezes, vêm os vovôs que querem aprender um número para mostrar aos netos", conta Mister Basart, que também ministra os cursos e cuja história no mundo da mágica começou de uma maneira bem curiosa.
Basílio Artero Sanchez era estudante de Direito e proprietário de uma gráfica. Corriam os anos 70 do século 20 e, certo dia, um amigo e cliente, que também era mágico, tomava café. Apontando para o amigo de Sanchez, disse que ele, por ser alto, "levava jeito" para trabalhar com magia e ilusionismo. "Foi quando eu entendi que qualquer um poderia ser mágico", lembra Sanchez.
"A gráfica me ocupava o dia e eu estudava à noite. Uma vez, o médico me disse que eu precisava parar de fumar e levar a vida menos a sério. Assim, entrar na mágica foi uma combinação de quatro fatores: levar a vida mais leve, deixar de fumar, aprender a ocupar os dedos e ainda teve o comentário do cliente sobre meu amigo", explica. Sanchez fez cursos de mágica e aprendeu muita coisa sozinho, já que na época não havia muita literatura nem materiais no Brasil sobre o assunto. Viajou para outros países, para conhecer as técnicas e profissionais da área, e assim foi se aprimorando.
Mas foi por "um passe de mágica" que começou a trabalhar na TV Cultura, no programa Bambalalão. "Fui ver uma apresentação de teatro de bonecos mamulengos do Nordeste no Sesc Pompeia e, no fim, fui conversar com o grupo. Lá também estava a Memélia de Carvalho, que fazia os bonecos do Bambalalão. Ela disse que estava procurando um mágico e deixei um cartão com ela. A TV Cultura me procurou algum tempo depois, para fazer o show de mágica", conta.
Mister Basart não pararia por aí. Depois de sete anos no Bambalalão, ele trabalhou por seis meses em um clube no Japão fazendo dois shows ao dia. "Foram 360 apresentações e eu nunca repeti um número". De volta ao Brasil, continuou com a mágica e o museu. "Hoje eu guardo informações para quem quer conhecer, escrever, fazer shows e entreter com a mágica", conta.
Foto: Getty Images

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Informações

  • Datas: Diariamente.
  • Horários: 10h às 19h.
  • Preços: segunda-feira - R$ 12; de terça à sexta-feira: R$ 24, sábados, domingos e feriados: R$ 48.
fonte: www.museudamagica.com.br