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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Brasil é mais criativo do que inovador


Um dos mentores do BRICLab, fórum criado na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, para discutir a trajetória e o impacto dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), Marcos Troyjo participou do seminário "Brazil Innovation: A Revolution for the 21st Century" (Inovação no Brasil: A Revolução para o Século 21).
O evento foi promovido pelo "Economist Group", responsável pela publicação britânica "Economist".



O paulista Troyjo conversou com a Folha antes de desembarcar no Rio, que sediou o encontro na última quinta-feira.
Folha - A primeira turma acabou de completar o curso "The Rise of Brics" (a ascensão dos Brics), do BRICLab. Como foi?

Marcos Troyjo -O Bric é uma marca que chama muito a atenção, mas temos evitado tratar isso apenas como uma unidade coesa. Também analisamos esses países individualmente e comparamos uns com os outros.

Qual o panorama que você apresenta do Brasil?

Se é verdade que o país cresceu de uma maneira significativa nos últimos seis anos, também é verdade que está com o teto muito baixo para investimento em pesquisa, ocupa parcela pequena no comércio internacional e tem depositado um número reduzido de patentes na OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual). O Brasil é mais criativo do que inovador.

Essa não é uma característica comum aos Brics?

Eles foram capazes de se adaptar criativamente à economia global nos últimos 15, 20 anos, enquanto outros países não conseguiram. Os ciclos chineses e brasileiros são exemplos laboratoriais de como lidar com o que vem de fora. Os chineses construíram um modelo de nação comerciante, e os brasileiros, o que chamo de substituição de importações 2.0.

Como isso se dá?

Nosso modelo é ser um bom menino macroeconômico e manter uma taxa de juros relativamente apreciada, de modo que a economia seja uma bomba de sucção de liquidez financeira internacional. Para o capital que chega, fecha-se o país com barreiras comerciais elevadas para que as empresas tenham de montar suas operações aqui. Hoje, temos o que chamo de âncora do pré-sal. O crescimento brasileiro está atrelado à expectativa da comunidade internacional com o petróleo e os biocombustíveis.

Quais são os grandes desafios?

O Brasil tem dificuldade de identificar onde está o seu interesse nacional. As pessoas confundem ações como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com um projeto de prosperidade. Construir aeroportos e ferrovias não é o século 21. Isso é a virada do século 19 para o 20. Essas medidas são bem-vindas, mas o futuro é nanotecnologia, robótica, novos materiais, bioengenharia, biotecnologia.

Como alcançar esse futuro?

Chegar a 2025 com 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) investido em ciência e tecnologia, poupança interna de 28%, pelo menos 50% do dispêndio em inovação vindo do setor privado.

Acha que o Brasil pode não dar certo?

Há o risco da subperformance. Ainda que não tenhamos um plano estratégico, os bons exemplos estão se multiplicando -são as nanorevoluções nas indústrias de cosméticos, moda, design, combustível e petróleo.

Fonte: FOLHA.COM
Realizada em escala industrial para atender o consumo, a produção têxtil pode eventualmente alcançar status de arte. Diferentes museus no mundo têm se dedicado a colecionar peças e a exibir exemplos da produção de estilistas que, com ousadia, criatividade excepcional ou, mais simplesmente, sensibilidade e sorte, fizeram a moda ocupar um lugar na cultura contemporânea.



Veja imagens da exposição "Schiaparelli e Prada: conversas impossíveis"

Foto 1 de 12 - Retrato de Elsa Schiaparelli, em 1932, por George Hoyningen-Huené e o retrato de Miuccia Prada, em 1999, por Guido Harari. As duas estilistas italianas são tema da exposição "Schiaparelli e Prada: conversas impossíveis", no Metropolitan Museum, em Nova York, Estados Unidos Mais Divulgação/Metropolitan Museum

O mais recente evento a unir moda e arte num mesmo ambiente é a exposição “Schiaparelli e Prada – Diálogos Impossíveis”, recém-aberta num dos mais tradicionais museus do mundo, o Metropolitan, de Nova York.
O evento coloca lado a lado as roupas criadas na década de 30 por Elsa Schiaparelli, um dos nomes mais importantes da moda no século 20, e as coleções contemporâneas de Miuccia Prada, uma das muitas estilistas que se consagraram nas últimas duas décadas no mercado de luxo.
As salas do museu se transformaram em grandes vitrines, permitindo ao público contemplar as ousadas criações das duas mulheres e ao mesmo tempo ouvi-las falar sobre suas visões de moda.
Um filme dá vida a este “diálogo impossível”. Uma atriz, Judy Davis, vive Schiaparelli e conversa com Prada em torno de uma mesa. Falam do desafio de criar, de suas idéias sobre luxo, das exigências do mercado…

Schiaparelli desenvolveu uma parceria com Salvador Dali, que resultou em obras espantosas, como um chapéu em forma de sapato, entre outras ousadias e loucuras com a marca do surrealismo. Prada diz que não tem a pretensão de fazer arte.
As fronteiras ente arte e comércio estão indistinguíveis já faz tempo. Mesmo assim, há motivo para surpresas na exposição. Uma das peças exibidas no museu é da mais recente coleção da Prada, provavelmente à venda em uma de suas lojas espalhadas pelo mundo.
Ao final da mostra, o espectador cai dentro de uma sala onde são vendidos, na mesma estante, replicas em miniatura de um dos sapatos mais originais de Schiaparelli por US$ 30 e um lenço da Prada por US$ 420.
Pelo menos, não é a própria Miuccia Prada quem financia o evento. Evita, assim, o escândalo ocorrido quando outro museu tradicional, o Guggenhein de Nova York, exibiu uma mostra dedicada a Giorgio Armani, dez anos atrás, depois que o próprio estilista fez uma doação milionária à instituição.
Sinal dos tempos, no lugar de grandes bancos ou poderosas multinacionais, “Schiaparelli e Prada – Diálogos Impossíveis” tem patrocínio da Amazon, a maior empresa de comércio online em atividade, e conta com apoio da Condé Nast, grupo editorial responsável por revistas como “Vogue”, “Vanity Fair” e “New Yorker”.
Mais informações sobre a exposição podem ser lidas nesta reportagem do UOL.

Museus com visibilidade ofuscada




A atividade museológica está em plena ebulição desde ontem em todo o Brasil, quando teve início a 10ª Semana de Museus. Entre os dias 14 e 20 de maio, instituições de todo o país mobilizam-se para movimentar a programação e incrementar as visitas. 
Como forma de incentivo, um catálogo nacional produzido pelo Instituto Brasileiro de Museus, contendo descrição de todas as atividades agendadas, e é distribuído gratuitamente entre os museus cadastrados. Todo o conteúdo publicado foi informado ao Ibram em fevereiro, há cerca de três meses, tempo aceitável para um mínimo de planejamento, mas o suficiente para 90% da programação em Natal ser cancelada, adiada ou alterada[veja programação completa aqui]

Alberto LeandroA 10ª Semana Nacional de Museus movimenta espaços em todo o País, mas em Natal quase 90 por cento da programação indicada no catálogo do Ibram foi adiada ou cancelada.A 10ª Semana Nacional de Museus movimenta espaços em todo o País, mas em Natal quase 90 por cento da programação indicada no catálogo do Ibram foi adiada ou cancelada.

Listados no catálogo do Ibram estão os Museus de Arte Sacra e Café Filho, a Fortaleza dos Reis Magos, Pinacoteca do Estado, Memorial Câmara Cascudo e a Galeria Newton Navarro da Fundação José Augusto, estes espaços vinculados ao Governo do RN; o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, sob a responsabilidade da Prefeitura; o Museu Câmara Cascudo da UFRN; e os particulares Memorial Aluízio Alves e Instituto Câmara Cascudo - Ludovicus. Dos dez lugares relacionados, apenas o Memorial Aluízio Alves não alterou a programação; enquanto o Museu Café Filho continua de portas fechadas para reforma há mais de um ano (a nova previsão de reabertura, que deveria ser em abril, passou para o mês de setembro). O restante justificou de várias formas as mudanças no cronograma: greve no sistema de transporte público que paralisou Natal nesta segunda-feira, uma intervenção cirúrgica e, principalmente, a necessidade de concluir ante-projetos museológicos com vistas ao período da Copa do Mundo 2014 foram os principais motivos alegados para alterar os planos. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE circulou pelos principais endereços e constatou que há pouco a ser visto. Afora isso, a novidade é a confirmação da reabertura do Museu Câmara Cascudo para 2014. 

Alberto LeandroIndependente da restauração da Fortaleza dos Reis Magos, a passarela de acesso também pede intervenção urgente
Independente da restauração da Fortaleza dos Reis Magos, a passarela de acesso também pede intervenção urgente
FORTALEZA DOS REIS MAGOS

A programação do Forte está entre as mais extensas do catálogo, mas até ontem apenas duas atividades, das sete agendadas, estavam confirmadas: uma exposição com obras de nomes como Newton Navarro e o pernambucano Murilo La Grecca que retratam a Fortaleza; e show no próximo dia 20 com a cantora Khrystal.

Sarau poético e apresentações das bandas da Marinha e Exército não foram confirmados para o dia 16; enquanto apresentações teatrais, de grupos folclóricos e palestra sobre arquitetura, história e os movimentos culturais - como o famoso Festival do Forte, realizado entre o fim da década de 1970 e início de 1980 - foram cancelados. "Temos pouco pessoal para articular essa programação, e o foco acabou recaindo na elaboração dos ante-projetos de museus para o legado da Copa do Mundo 2014, cujo prazo termina no próximo dia 18 (sexta-feira)", disse Hélio Oliveira, do setor da FJA que cuida das unidades museológicas. "Temos que articular toda a rede de museus do RN, público e privados, para que aprontem as propostas", emenda.

Em cartaz a partir de hoje no salão que servia como aposento do Capitão-Mor no pavimento térreo, a exposição é formada por oito reproduções, sendo quatro de Navarro: "Como temos intensa ação da maresia e a sala onde ficará a exposição está com muita umidade, o ideal é exibirmos reproduções dos trabalhos originais", disse Vandeci Holanda, diretora da Pinacoteca do Estado e responsável pela escolha das obras que ficarão expostas no espaço onde funcionava.

Alberto LeandroMuseu da Fortaleza continua aberto à visitação, mas até ontem apenas duas atividades novas estavam confirmadas
Museu da Fortaleza continua aberto à visitação, mas até ontem apenas duas atividades novas estavam confirmadas
Aparício Antunes, diretor da Fortaleza dos Reis Magos, acompanhou a visita do VIVER e adiantou que aguarda o início das obras de restauração para fim de maio ou início de junho. "Mas não posso informar com precisão o começo das intervenções, pois está tudo à cargo da Secretaria de Infraestrutura do Estado", avisa. Independente da restauração do Forte, a passarela de acesso já requer reparos urgentes.

A previsão é que sejam aplicados R$ 220 mil na restauração, sendo R$ 150 mil oriundos de edital federal destinados a museus - vale lembrar que o Ibram injetou, em 2011, mais de 50 milhões de reais em museus de todo o país, e o RN só emplacou um dos quatro projetos encaminhados, abocanhando os humildes R$ 150 mil. Para 2012, a previsão é de R$ 70 milhões. 

DISTANTE DA TEMÁTICA 

O tema deste ano estabelecido pelo Conselho Internacional de Museus é "Museus em um mundo em transformação: novos desafios, novas inspirações". Traduzindo, incentivar as entidades que buscam novas maneiras de chamar a atenção do público. Um exemplo é exposição virtual "Pela lente do imperador: as transformações do século XIX", proposta pelo Museu Imperial do Rio de Janeiro, "Artistas italianos no Brasil Imperial", entre outros. O Rio Grande do Norte parece estar distante dessa realidade. 

Yuno Silva - repórter

Museus diferentes, mas interligados


Quem passar pelo Espaço Cultural da Unesc (no hall do Bloco Administrativo) até 30 de junho poderá conferir a exposição “Museus em movimento: rizomas”. Nela, o visitante poderá se “conectar” aos museus de Arqueologia, Zoologia, Infância, o Herbário, o Cedoc (Centro de Documentação e Memória da Unesc) e ao Setor de Arte e Cultura da Unesc. A exposição faz parte da programação da 10ª Semana Nacional dos Museus, que ocorre na Universidade. A exposição foi aberta na noite desta terça-feira com a participação de coordenadores dos museus da Universidade.


Museus diferentes, mas interligados

Durante o evento, integrantes do grupo Unesc em Performance realizaram uma intervenção apresentando obras ao público. A exposição está aberta à visitação a partir desta quarta-feira, das 9 às 22 horas. Escolas e grupos com interesse em realizar visita mediada podem entrar em contato pelo telefone (48) 3431-2774, de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas, e agendar.
A Semana Nacional de Museus do Ibram é realizada em instituições de todo o Brasil, em homenagem ao Dia Internacional do Museu (18 de maio), e este ano tem como tema “Museus em um mundo de transformação – novos desafios, novas inspirações”. Na Unesc o evento é uma promoção do Muesc (Museu da Universidade do Extremo Sul Catarinense) e do Setor de Arte e Cultura. O tema da Semana se baseia na ideia de que os museus não são algo estático, e mudam para se adaptar ao mundo moderno – hoje já existem museus com acervo disponível na internet.
Mais de dois mil eventos durante a Semana
Segundo Marcelo Feldhaus, coordenador do Muesc, mais de dois mil eventos estão ocorrendo em todo o país em função da Semana Nacional de Museus. A Unesc é a única instituição de Criciúma a participar da Semana. “Cada museu tem um cubo, onde mostra a sua individualidade, mas se conectando com os outros. Os museus não são uma unidade sozinha, mas se ligam em redes”, afirmou. “Aos professores que visitarem a exposição, propomos que construam outras redes nas escolas”, complementou.
Para a coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc, Amalhene Baesso Reddig, é importante que os estudantes frequentem a cultura desde cedo. “O acesso à cultura colabora na formação destes alunos”, disse. Ângela Back, assessora acadêmica de Pesquisa e Extensão da Propex (Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão), da Unesc, que representou a Reitoria na abertura da exposição, afirmou que ações como esta são “janelas de acesso à cultura”.
 
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