Ouvir o texto...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Secretário de Cultura anuncia ProAC para a área de museus




A Camerata Darcos encerrou o primeiro dia do Encontro Paulista de Museus (www.encontropaulistademuseus.com.br) que se realiza na Fundação Memorial da América Latina, de 13 a 15 de junho. Liderada pelo diretor artístico e spalla Paulo Paschoal, o grupo musical passeou por vários períodos da música erudita, por temas de grandes sucessos teatrais, como do “Fantasma da Opera”, de Lloyd Webber, e por composições brasileiras. O recital coroou um dia de discussão, reflexão e confraternização entre os principais gestores de museus de São Paulo, especialmente aqueles ligados ao Estado.

Pela manhã, o Secretário Estadual de Cultura, Marcelo Araújo, anunciou em primeira mão o lançamento, ainda no fim deste primeiro semestre, de três novos editais do ProAc (Programa de Apoio da Cultura, mecanismo de incentivo e financiamento criado pelo Governo de São Paulo) voltados para os museus, no que diz respeito a desenvolvimento de acervos, projetos culturais e sites. E a primeira vez que o ProAc se volta diretamente para a área museológica.


Também estava presente na mesa de abertura o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, que fez um balanço da sua administração noque toca à gestão de museus, centros de Memória e instituições culturais e analisou os problemas que precisam ser equacionados pelo setor público neste campo. Ao lado dele, o espanhol Pedro Molina Temboury, diretor da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID). Além deles, Claudinéli Moreira Ramos, coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM), e Eneida Braga Rocha de Lemos, diretora do Departamento de Difusão, Fomento e Economia do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Em suas falas, todos (na foto acima) puderam refletir sobre o tema do encontro – “Novas Fronteiras da Gestão de Museus” – e contar um pouco da experiência das suas respectivas instituições.
  
Para que as fronteiras da gestão de museus sejam alargadas é necessário “planejamento estratégico”. Isso ficou claro com a palestra da museóloga espanhola Sofía Rodríguez Bernis (Diretora do Museu Nacional de Artes Decorativas e Presidente do ICOM – Espanha), que falou sobre o tema  “Planejamento estratégico em museus”. Na sexta-feira, a principal conferência será do colombiano Jorge Melguizo, Secretário de Cultura Cidadã de Medellín no período 2005-2007, Secretário de Desenvolvimento Social entre 2009 e 2010 e atual Diretor da Cátedra Medellin-Barcelona.

fonte:
http://www.memorial.org.br/2012/06/secretario-de-cultura-anuncia-proac-para-a-area-de-museus/

Museu da Língua Portuguesa terá novo gestor


A gestão do Museu da Língua Portuguesa passará à responsabilidade da organização social Instituto da Arte do Futebol Brasileiro (IFB), a mesma que administra o Museu do Futebol. 

A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) informa que a mudança ocorrerá no dia 1.º de julho, após encerramento do contrato de gestão que a SEC mantém desde 2008 com o Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura (Poiesis). Com a proximidade de encerramento do contrato, a secretaria lançou, em abril, convocação pública para as organizações sociais interessadas em apresentar propostas para a gestão do Museu da Língua Portuguesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Primeiro zoológico do país foi aberto há 117 anos em Belém, no Museu Goeldi NELDSON MARCOLIN


Um zoo na Amazônia

Primeiro zoológico do país foi aberto há 117 anos em Belém, no Museu Goeldi
NELDSON MARCOLIN | Edição 196 - Junho de 2012

© ARQUIVO GUILHERME DE LA PENHA / MPEG / MCTI
Lago das vitórias-régias e, eventualmente, dos peixes-boi: formato igual ao do mar Negro, na Rússia


Onde poderia existir um museu com parque de plantas e animais silvestres em cativeiro que recebesse anualmente quase o mesmo número de visitantes que o de habitantes da cidade onde está localizado? No final do século XIX e começo do XX, Belém foi palco dessa experiência.

O Parque Zoobotânico do Museu Paraense recebeu 48 mil pessoas em 1896, quando a população do município era cerca de 50 mil. A capital do Pará se encantou com o primeiro zoológico brasileiro, criado anexo ao museu em 1895 pelo zoólogo suíço Emílio Goeldi.

Nele não havia elefantes, girafas ou rinocerontes como nos zoos das cidades europeias.

Os frequentadores se divertiam ao ver animais típicos da Amazônia, como antas, jacarés, peixes-boi, onças e garças, exatamente como havia sido planejado por Goeldi.

Construir um zoológico já estava nos planos do governador paraense Lauro Sodré quando contratou Goeldi em 1894 para dirigir a instituição. O hoje chamado Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) fora fundado em 1866 e precisava ser reorganizado. Na época, o zoólogo morava no Rio com a família, havia trabalhado alguns anos no Museu Nacional e tinha bom trânsito com cientistas do exterior. “Em Belém, ele percebeu que seria inútil competir com os museus cosmopolitas e decidiu fazer uma instituição regionalizada, especializada na Amazônia, também como uma forma de garantir espaço para sua instituição no movimento científico internacional”, conta Nelson Sanjad, pesquisador de história da ciência do Museu Goeldi e editor do Boletim do MPEG, Ciências Humanas (janeiro-abril de 2012), 
em que há um artigo sobre o Parque Zoobotânico.

Com apoio do governo estadual, o cientista suíço concentrou-se em uma série de obras que duraram oito anos, necessárias para transformar o museu em um centro de pesquisas sobre fauna e flora da região – o parque foi apenas uma delas. Goeldi desenhou os recintos dos animais com a ajuda dos dois responsáveis pela gestão do zoo e do horto. Num primeiro momento, o zoólogo alemão Hermann Meerwarth; depois o zoólogo suíço Gottfried Hagmann.

© ARQUIVO GUILHERME DE LA PENHA / MPEG / MCTI


Em 1902 foi criado um dia especial de visitação para famílias e pessoas bem trajadas: segregação
Os estudos e o acervo concentrados na Amazônia não impediram a europeização do espaço do museu. “Os animais e plantas eram daqui. Mas o traçado, os elementos arquitetônicos, viveiros e recantos remetiam às paisagens e aos monumentos europeus”, conta Sanjad.
“Embora pareça paradoxal, foi uma atitude coerente com a mentalidade da elite da época.” As residências e laboratórios do museu, por exemplo, tinham o feitio de chalés e o lago para as aves aquáticas a mesma forma do lago Maggiore, na Itália, com a cobertura de arame feita em Paris. O lago para as vitórias-régias foi construído com o formato do mar Negro, na Rússia meridional.

Um zoológico – único no Brasil – e horto gratuitos, construídos com zelo, viraram o passeio principal de um público urbano e de imigrantes que já tinham pouco contato com os animais. Os filhotes de onça, as aves formando ninhos, um peixe pulmonado nadando (espécie difícil de manter em cativeiro) 
e até o florescimento da vitória-régia, cultivada em ambiente público na Amazônia pela primeira vez, encantavam o público.

Tal sucesso trouxe pelo menos um problema. A elite econômica da cidade começou a se queixar dos maus modos da massa que frequentava o museu aos domingos e feriados. Pressionado, Goeldi reagiu criando, em 1902, o “dia de famílias”. O parque passou a ser aberto um dia a mais na semana, às terças-feiras, apenas para pessoas acompanhadas das respectivas famílias e convenientemente vestidas. “Na prática houve uma segregação do público 
de acordo com a classe social”, diz Sanjad.

O parque manteve sua primazia até a década de 1940, quando começaram a ser criados outros zoos pelo país. Belém tem hoje 2 milhões de habitantes 
e o Zoobotânico recebe de 200 mil a 250 mil pessoas por ano. Não é 
o mesmo sucesso de 117 anos atrás, mas se mantém dentro dos 10% da população da cidade, que é o padrão internacional.

fonte:
http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/06/14/um-zoo-na-amazonia/

Crise deixa arqueologia grega à beira do colapso

Escavações sem vigilância, obras sem inspeção e falta de pessoal estão a pôr em causa a riqueza arqueológica da Grécia, escreve hoje a enviada do 'ABC' a Atenas, Begoña Castiella.

O Ministério da Cultura grego mantém 210 museus, 250 sítios arqueológicos organizados e 19 mil locais arqueológicos declarados e momunentos históricos, incluindo a Acrópole e o seu museu, o Museu Arquológico Nacional, Delgos, Olimpia...


Acrópole é um dos monumentos que são da responsabilidade do Minsitério da Cultura grego
Acrópole é um dos monumentos que são da responsabilidade do Minsitério da Cultura grego Fotografia
 


A austeridade levou a que 10% do pessoal se reformasse antecipadamente com 33 anos de serviço, inflingindo um duro golpe nos departamentos arqueológicos e deixando os museus sem diretores, escreve a jornalista na sua reportagem.

Despina Kutsúmba, presidente da Associação de Arqueólogos gregos, citada no artigo, disse que os arqueólogos que trabalham para o Estado sofreram cortes salariais entre os 10% e os 40%. Delfina, há sete anos a trabalhar para o Ministério, passou de 1350 euros mensais para 550 euros.

A responsável conta que apesar de não faltar pessoal para vigiar os museus, teme-se que haja pessoas a querer espoliar escavações arqueológicas. E que há falta de pessoas para fazer as inspeções necessárias, enquanto todas as exposições programadas não passam disso mesmo: de ideias em programação. 

fonte:
 http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2609161&seccao=Europa