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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Com filas de até 4h, CCBB recebe 100 mil em mostra de Paris



A exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade - Obras-Primas do Museu d'Orsay traz uma seleção de 85 quadros aos espaços do CCBB, em São Paulo. Pela primeira vez no Brasil, a mostra - dividida em módulos temáticos - apresenta obras de artistas que marcaram a história da pintura ocidental entre a segunda metade do século XIX e início do século XX. Entre os nomes estão Claude Monet, Edgar Degas, Henri Toulosse-Lautrec, Paul Cézanne, Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir e Vincent Van Gogh. Todos os quadros pertencem ao acervo do Museu d'Orsay, em Paris.

O interesse do público em ver a exposição tem sido tão grande que nos finais de semana as filas chegam a durar até quatro horas de espera. "Para entreter o público que está na fila, o Programa Educativo do CCBB desenvolveu uma série de atividades inspiradas no movimento Impressionista, com música, poesia, dança e artes cênicas", disse Marcos Mantoan, gerente do CCBB São Paulo. "A iluminação e as calçadas da região também foram melhoradas e uma base móvel da Polícia Militar foi colocada em frente ao prédio para garantir a segurança das pessoas na fila de espera", completou.

De acordo com Mantoan, em pouco mais de vinte dias, mais de 100 mil pessoas já visitaram a mostra, com uma média diária de mais de 5.500 pessoas. "Ficamos felizes em ver o interesse que o público tem demonstrado pela mostra. O retorno que recebemos dos visitantes tem sido bastante positivo", disse Mantoan.

Para atender a demanda de público, o CCBB SP ampliou os horários de funcionamento: até às 22h durante os dias de semana e até às 23h nos finais de semana. "No feriado de 07 de setembro está programada mais uma edição da Virada Impressionista, desta vez, com 40 horas ininterruptas em funcionamento. A primeira edição aconteceu na data de abertura da mostra, quando as portas do CCBB ficaram abertas por mais de 30 horas e registraram mais de 12 mil visitantes", afirmou Mantoan.

A curadoria é de Guy Cogeval, presidente do Museu d'Orsay; Caroline Mathieu, conservadora chefe do Museu d'Orsay e de Pablo Jimenez Burillo, diretor-geral da Fundación Mapfre.

 Quadro do pintor holandês Vincent Van Gogh. Foto: Getty Images Quadro do pintor holandês Vincent Van Gogh

Serviço:
Data: de 4 de agosto (a partir das 15h) a 7 de outubro de 2012
Horário: terça a quinta, das 10h às 22h | Sexta, das 10h às 23h | Sábado e domingo, das 8h às 23h
Local: subsolo, térreo, 1º, 2º, 3º e 4º andares | Rua Álvares Penteado, 112 - Centro
Bilheteria: terça a domingo, das 9h às 21h | Telefones: (11) 3113-3651/52
Ingressos: entrada franca

fonte:
http://diversao.terra.com.br/arteecultura/noticias/0,,OI6108681-EI3615,00-Com+filas+de+ate+h+CCBB+recebe+mil+em+mostra+de+Paris.html

Museu da Gente Sergipana atrai centenas de estudantes



Visitas fazem parte da programação de lançamento da revistinha em quadrinhos do Museu 

Diversas instituições educacionais do Estado têm visitado o Museu da Gente Sergipana, nos últimos dias. As visitas fazem parte do programa de lançamento da revistinha em quadrinhos do Museu, que está sendo distribuída desde o último dia 10. Editada pelo Instituto Banese, a revistinha mostra as principais atrações do Museu e vem sendo muito bem aceita pelos estudantes. 

Na semana passada, o Museu recebeu a visita do Colégio São Lucas, Centro de Atenção Psicosocial Joel Patrício de Lima, Colégio Jardins, Colégio Gabarito, Senac (Adolescente Aprendiz), Colégio Bom Pastor, Colégio Estadual Governador Augusto Franco e Colégio Estadual Governador Albano Franco. Ao todo, o Museu recebeu mais de 300 estudantes. 

A maioria dos visitantes ressalta a boa receptividade que encontra no Museu, o espaço amplo e agradável, e o resgate das tradições culturais do Estado através de um passeio histórico que funde o antigo e moderno, num ambiente de alta tecnologia, cores, sons.
A professora Rejane Santos, do Colégio São Lucas, encantou-se com o Museu. ?Fiquei encantada com tanta beleza, o museu é um presente ao povo sergipano?, declarou. 

Para a professora Fernanda Jacomo, do Colégio Jardins, o Museu da Gente Sergipana é um marco na divulgação histórica e cultural de Sergipe. ?Ele conta a história do nosso Estado de maneira exemplar e muito dinâmica?, afirmou. 

Revistinha em quadrinhos
Com 15 páginas, a revistinha conta a história do passeio de uma criança pelo Museu. Na publicação, editada pela Tecned ? Tecnologias Educacionais, um pássaro apresenta os acervos do Museu e os diversos recursos interativos e de multimídia que utiliza para possibilitar uma imersão em Sergipe, por suas manifestações folclóricas, símbolos, natureza, artes, história, culinária, festas e costumes.
Lohan Montes

fonte:
http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=147504 

Museu digital disponibiliza acervo sobre a presença negra no Estado

Site disponibiliza áudios, vídeos, fotos e documentos de afro descendentes. Projeto foi criado há cinco meses e já possui mais de dois mil acessos.

Criado há cinco meses pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Museu Afro Digital disponibiliza para consulta um acervo on-line de quase mil fotografias sobre a presença dos negros no Estado. De qualquer lugar do mundo é possível também acessar vídeos, áudios e documentários feitos por pesquisadores do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da UFMA.

O museu está há cinco meses no ar e já possui mais de dois mil acessos. Nas páginas virtuais um acervo bem particular. Documentos, fotos, vídeos e músicas. Muito desse material só pode ser encontrado site.

“É uma forma dessas pessoas, que são afro descentes, irem à internet, olharem seus ancestrais fotografados, as pessoas que estão representadas ali e terem contato com os pesquisadores que foram coletar material nas comunidades”, explicou o professor Sérgio Ferreti, coordenador do projeto.

O museu afro digital revela o cotidiano dos negros maranhenses desde a época da escravidão, das fugas para as áreas de quilombo. E a história é contada através da cultura popular, da religiosidade e das danças.

São cerca de mil fotografias que mostram as organizações das festas nos terreiros de umbanda, nas brincadeiras de bumba meu boi e em outras manifestações folclóricas. A maioria das fotos foi adquirida em pesquisa pelos professores da universidade. “Pessoas que fizeram pesquisa sobre a Festa do Divino, sobre quilombos e que cedem este material. Há também um grande acervo de fotografias reunidas, documentos antigos de 1940, de1930. Na medida do possível a gente consegue”, acrescentou Ferreti.

O acervo também é composto de vídeos documentários sobre os costumes trazidos pelos negros africanos. No acervo de áudio são cerca de 90 músicas, gravações dos cânticos entoados nos terreiros e a cantoria das caixeiras nos festejos do Divino Espírito Santo.
O museu afro digital promove também um intercâmbio cultural entre pesquisadores acadêmicos e a comunidade remanescente de quilombos. “É uma forma de democratizar, porque é um museu sem donos, as pessoas cedem esse material. Então é uma forma de democratizar cultura e as tradições.

Clique aqui para acessar o museu.

 

Hands-on - mexeu com os conceitos de museologia e impulsionou o surgimento de centros interativos de ciência em vários países, inclusive no Brasil.

De malas quase prontas


Considerado o primeiro centro interativo de ciências do mundo, Exploratorium está de mudança. Na beira-mar de São Francisco, terá mais oportunidade de interagir com a cidade.
De malas quase prontas
Projeto arquitetônico do novo Exploratorium. 

O museu fechará as portas das atuais instalações em janeiro de 2013 e reabrirá, ainda no primeiro semestre, no Embarcadero, região da baía de São Francisco. (imagem: ZUM-zumllc.com/ The Exploratorium) 
 
Na primavera norte-americana de 2013, o Exploratorium abrirá em novo endereço. O centro interativo de ciências mais famoso dos Estados Unidos deixará os cômodos do Palácio de Belas Artes de São Francisco (Califórnia), onde está há mais de 40 anos, para se instalar em dois píeres da revitalizada zona portuária da cidade.

A ideia é ter mais espaço – a área a ser ocupada é três vezes maior que a atual –, mas sobretudo estar mais perto do centro nevrálgico da cidade, de seus moradores e visitantes. Em síntese, o Exploratorium quer mais interação.

Em uma época em que os museus expunham seus objetos científicos em vitrines e jarros de vidro e espalhavam placas implorando ao visitante para não tocar em nada, o Exploratorium abriu as portas com um lema inverso: 'é proibido não mexer'. No centro, inaugurado em 1969, os objetos científicos devem necessariamente ser manipulados.

O espaço foi concebido como um grande laboratório de pesquisa aberto ao público, para observação, experimentação e descoberta, tendo a interatividade como princípio.

Rapidamente, tornou-se um importante aliado ao ensino de ciência local.

O modelo ativo de educação e popularização da ciência criado pelo Exploratorium – conhecido como hands-on e que vem sendo adaptado e redefinido desde então – mexeu com os conceitos de museologia e impulsionou o surgimento de centros interativos de ciência em vários países, inclusive no Brasil.
Exploratorium em 1980
Visitantes no Exploratorium em 1980. O centro norte-americano criou uma nova concepção de museus de ciência, inspirando iniciativas semelhantes em diversas partes do mundo. (foto: The Exploratorium/ www.exploratorium.edu)

À la Exploratorium

Primeiro da espécie no Rio de Janeiro, o Espaço Ciência Viva é das crias mais autênticas do centro californiano. Seu idealizador, o físico francês Maurice Bazin, esteve no Exploratorium em 1982 – quando já vivia no Brasil – e ficou “deslumbrado” com o que viu.

Em entrevista a mim concedida em 2004, Bazin – que faleceu em 2009 – falou de sua visita ao centro, guiada por seu idealizador, Frank Oppenheimer (ver boxe), e do estímulo então surgido para a criação de um espaço semelhante na capital fluminense. Vale relembrar seu depoimento:
Em 1982, fui a uma conferência no Canadá e aproveitei para ir a Berkeley, onde Jair Koiller estava fazendo pós-graduação. Visitamos o Exploratorium, do qual eu tinha apenas ouvido falar, mas tinha um pouco de pé atrás por causa do nome em latim. Telefonei da casa do Jair para o museu e disse que queria falar com Frank Oppenheimer. A secretária respondeu: ‘Claro, ele está aqui ao lado’. Disse que era físico, que estava vindo do Brasil, e perguntei se podia encontrá-lo e visitar o museu. Ele disse: ‘Estou aqui sempre. É só você vir’. Fomos visitá-lo e ficamos bastante deslumbrados. Voltei ao Brasil no mesmo ano e esperei Jair chegar para criarmos nosso próprio museu, o que aconteceu em 1983. O nome Espaço Ciência Viva nasceu em uma tarde ensolarada. Estávamos procurando uma maneira de dizer várias coisas com poucas palavras.
As primeiras atividades do Espaço Ciência Viva, inspiradas em ideias emprestadas do Exploratorium, foram desenvolvidas em praças públicas pela cidade. O endereço fixo – um galpão na Praça Saes Peña – veio depois, seguindo a lógica defendida por Bazin: primeiro é preciso ter ideias e testá-las; depois é que surge a necessidade de um espaço para colocá-las.
Espaço Ciência Viva
O Espaço Ciência Viva, criado em 1983, foi um dos primeiros centros interativos de ciência a surgir no Brasil, diretamente inspirado no Exploratorium. Desde 1987, ocupa um galpão no bairro fluminense da Tijuca, onde o lema é: 'por favor, mexa em tudo'. (foto cedida por M. Bazin)
Na época da entrevista, Bazin estava envolvido com o projeto Sabina Escola Parque do Conhecimento, em Santo André (SP), e compartilhou sua insatisfação com o modo como a área de centros de ciência vinha se desenvolvendo no Brasil:
Aqui, há dois tipos de iniciativas. Os museus que querem ser o La Villette [de Paris] e aqueles mais modestos. Os que sonham com um La Vilette acabam esquecendo que devemos fazer esses museus para a educação do povo. [...] Aqui em Santo André, por exemplo, queriam colocar um pêndulo de Foucault, que demora dois dias e meio para dar uma volta. O que adianta falar que isso mostra como a Terra gira, para o filho de um operário? [...] Por outro lado, tem coisas pequeninas que estão brotando, como as incubadoras, que são maravilhosas. Esses centros de ciência dão espaço àqueles professores que querem desenvolver uma atividade fora de sala de aula, com a população local.


Casa nova, princípios antigos

As obras das novas instalações do Exploratorium, que começaram em outubro de 2012, estão 80% concluídas. A direção do museu faz questão de avisar que a arquitetura será simples e que servirá apenas de pano de fundo para as exposições e atividades planejadas – impossível não ver a colocação como uma alfinetada numa certa linha de museus que investem mais em design do que em conteúdo...

Os 30 km2 de área expositiva de um dos píeres – o outro funcionará como depósito num primeiro momento – serão ocupados por quatro galerias principais, um teatro, um estúdio de webcast e, entre outras atrações, por um observatório de vidro com vista para a baía que funcionará como local de pesquisa do ambiente do entorno.

A galeria central vai comportar as centenas de módulos hands-on pelos quais o Exploratorium é conhecido – cujas réplicas, segundo o site do museu, estão espalhadas por 200 centros de ciência do mundo. Eles convidam o visitante a aguçar seus sentidos para uma melhor compreensão do mundo a sua volta.

Na nova versão do museu, juntam-se às tradicionais experiências do mundo natural e físico, os conhecimentos e questionamentos das ciências humanas
 
Na galeria 'Vida', o ecossistema da baía de São Francisco será o material de base para a investigação dos visitantes, que poderão observar e examinar – com equipamentos dignos de laboratório de verdade – de minúsculos micróbios brilhantes a exemplares da flora local.

Em ambas as galerias, será possível acompanhar a montagem dos módulos e experimentos em tempo real. É que praticamente tudo no Exploratorium é construído localmente por cientistas e artistas que formam a equipe eclética do museu.

Já no ‘Tinkering Studio’, é o visitante que colocará a mão na massa. Em uma espécie de oficina mecânica, com equipamentos de toda a sorte – de chaves de fenda a máquinas de solda –, poderá colocar em prática suas próprias ideias.

Das quatro, a galeria do comportamento humano é a mais inovadora. Na nova versão do museu, juntam-se às tradicionais experiências do mundo natural e físico, os conhecimentos e questionamentos das ciências humanas – um passo que já foi dado em outros centros mais novos, como o Nemo em Amsterdã e o Catavento em São Paulo, e que, tudo indica, vai virar tendência.

Apesar das novidades, a direção garante que serão mantidos os princípios pelos quais o Exploratorium se tornou referência para o mundo. O lema 'observação, experimentação e descoberta' permanece, assim como o papel educativo do museu, destinado sobretudo a atender as necessidades da comunidade local.

Pai do Exploratorium, tio da bomba atômica
Frank Oppenheimer 
 
O sobrenome não é coincidência. O físico e educador Frank Oppenheimer, fundador do Exploratorium, era o irmão mais novo de J. Robert Oppenheimer, pai da bomba atômica. 
 
O próprio Frank – como o Exploratorium faz questão de dizer em seu site – também esteve envolvido no Projeto Manhattan. Banido da carreira de física no contexto do Macartismo, foi criar gado no interior do Colorado, atividade à qual se dedicou durante quase toda a década de 1950. Voltou à ativa em 1957, quando ganhou permissão para ensinar ciência num colégio do Colorado. Dois anos depois, voltou à academia. Na Universidade do Colorado, dedicou-se à melhoria das aulas de laboratório e desenvolveu uma série de experimentos para o ensino de ciências. Desses experimentos e da vontade de contribuir para a melhor compreensão pública da ciência surgiu o Exploratorium. Neste mês, comemoram-se os 100 anos de nascimento de Frank Oppenheimer.

foto: Frank Oppenheimer no Exploratorium, em 1984. (crédito: Lisa Law/ The Exploratorium)

Carla AlmeidaCiência Hoje On-line