Museu fica a 25 minutos de Manaus por via fluvial.
Local apresenta época áurea da economia amazonense.
Construído especialmente para o filme 'A Selva', produção luso-brasileira de 2001, estrelada por Maitê Proença, o Museu do Seringal Vila Paraíso, localizado no Igarapé São João, a 25 minutos de Manaus, recebe centenas de pessoas todo mês. Com o objetivo de reproduzir com fidedignidade um seringal que existiu em Humaitá, município do Amazonas, distante 590 km da capital, o museu conta com uma visita guiada pelas instalações.
O passeio guiado dura cerca de uma hora. O roteiro inclui locais como o barracão de armazenamento das pelas de borracha, casarão do seringalista, barracão de aviamento, a capela de Nossa Senhora da Conceição, casa do seringueiro, tapiri de defumação da borracha, cemitério, entre outros locais que retratam a vida e os costumes em um seringal, construído durante os tempos áureos do Ciclo da Borracha.
O passeio guiado dura cerca de uma hora. O roteiro inclui locais como o barracão de armazenamento das pelas de borracha, casarão do seringalista, barracão de aviamento, a capela de Nossa Senhora da Conceição, casa do seringueiro, tapiri de defumação da borracha, cemitério, entre outros locais que retratam a vida e os costumes em um seringal, construído durante os tempos áureos do Ciclo da Borracha.
Marli Dias, guia de turismo e moradora do museu desde a construção no ano 2000, inicia a visita pela construção mais imponente: a casa do barão, com extensas varandas de onde se descortina a paisagem da floresta e do rio. O casarão conta com móveis e objetos de época, dispostos em uma sala ampla, com ambiente de jantar, sala de estar e canto de leitura e música. A cozinha, com fogão a lenha, dá acesso a dois quartos.
"Nesta casa, moravam o barão Juca Tristão, a filha, dona Iaiá, e o escritor português José Maria Ferreira de Castro, autor do livro 'A Selva', que mais tarde deu origem ao filme", informou a guia. "De acordo com relatos de Ferreira de Castro, ele teria vindo ao seringal de Humaitá para trabalhar como escrivão, porém, chegando lá, o barão Tristão o acolheu em sua casa, mas o colocou para trabalhar como seringueiro. A obra 'A Selva' é, portanto, um relato de sua passagem pelo seringal", completou Marli.
"Nesta casa, moravam o barão Juca Tristão, a filha, dona Iaiá, e o escritor português José Maria Ferreira de Castro, autor do livro 'A Selva', que mais tarde deu origem ao filme", informou a guia. "De acordo com relatos de Ferreira de Castro, ele teria vindo ao seringal de Humaitá para trabalhar como escrivão, porém, chegando lá, o barão Tristão o acolheu em sua casa, mas o colocou para trabalhar como seringueiro. A obra 'A Selva' é, portanto, um relato de sua passagem pelo seringal", completou Marli.
Outra importante construção do museu, situada ao lado da casa do barão, do lado direito de quem chega, é o barracão de aviamento, local onde se comercializava equipamentos e onde era adquirida a alimentação para os seringueiros nordestinos que ali chegavam para trabalhar. "Eles precisavam produzir pelo menos 50 quilos de borracha por semana para poder retirar a comida. O problema é que nem sempre conseguiam e ficavam endividados", conta a guia de turismo. Detalhes, como os equipamentos utilizados na retirada do látex das árvores, também são mostrados aos visitantes, com destaque para a poronga, lamparina usada na cabeça dos seringueiros durante a colheita noturna.
Famosa pela cena do filme 'A Selva', em que a atriz Maitê Proença se banha, a casa de banho das damas é um dos destaques da visita, bem como a capela de Nossa Senhora da Conceição, onde os seringueiros rezavam por uma vida melhor, que dificilmente chegava. A partir deste ponto, a guia leva os visitantes por uma trilha onde é possível ver as belas seringueiras, de onde se extrai o látex para produção da borracha, além de um cemitério cenográfico. "Os seringueiros que morriam no trabalho eram enrolados em redes de dormir pelos seus colegas e enterrados de forma improvisada neste terreno", contou a guia.
Mais adiante, pode-se conhecer a humilde casa do seringueiro de confiança do barão. A casa é de palha e de chão batido e conta com apenas uma cama. "Apesar de ser de um capataz de confiança, a casa mostra um alto contraste com a riqueza europeia que imperava na casa do barão", afirmou Marli. O passeio também leva o visitante ao tapiri onde era realizado o processo de defumação da borracha. O processo é demonstrado pela guia que informa: "a fumaça exalada da borracha defumada causava cegueira e tuberculose nos seringueiros que a inalassem constantemente".
O roteiro de visitação é concluído pela passagem à casa da farinha, onde era ralada e prensada a mandioca, e ainda conta com uma pequena demonstração da retirada do látex. Destinado a estudantes, pesquisadores, turistas e ao público em geral, o local é resultado do polo de cinema do Amazonas, e atrai visitantes que desejam conhecer de perto o modo de ser e viver do homem do seringal, conduzindo os visitantes aos tempos áureos do Ciclo da Borracha.
Este ciclo teve o seu centro na região amazônica, proporcionando grande expansão da colonização, atraindo riqueza e causando transformações culturais e sociais, além de dar grande impulso às cidades de Manaus, Porto Velho e Belém.
Ciclo da BorrachaO ciclo da borracha foi um momento econômico na história do Brasil que constituiu uma parte importante da história da economia e sociedade do país, estando relacionado com a extração e comercialização da borracha.
O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939-1945). Durante este período, cerca de 50% do Produto Interno Bruto do Amazonas era resultado da extração e comercialização da borracha.
fonte: