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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Exposição ‘Olhares Cruzados’ traz diferentes perspectivas sobre os povos Guarani

Mostra vai de 17 a 26 de abril, com fotografias e outras produções realizadas em oficinas com jovens indígenas do Brasil e do Paraguai




EXPOSIÇÃO ESTÁ À MOSTRA NO ESPAÇO DO SERVIDOR DA CÂMARA DOS DEPUTADOS A PARTIR DO DIA 18 DE ABRIL. FOTO:DIVULGAÇÃO





18 Abril 2013


do PNUD


Fortalecer identidades e valorizar a cultura e a tradição Guarani através do olhar e da perspectiva de crianças e jovens. Este é a proposta do projeto ‘Olhares Cruzados – Guarani Kaiowá – Pai Tavytera’, transformado em uma exposição que foi aberta ao público esta semana (17/04) na Câmara dos Deputados, em Brasília. A mostra contribui para a construção de uma visão positiva destes povos, ampliando a integração entre eles e a sociedade brasileira.


Dentre as diversas matizes dos povos Guarani, o trabalho traz um cruzamento de visões entre dois deles: os Guarani Kaiowá e os Pai Tavytera. Os Guarani Kaiowá são as populações que vivem no lado brasileiro, enquanto a comunidade Pai Tavytera está em território paraguaio. A integração destas duas etnias através da arte busca articular a luta pelos direitos para além das fronteiras geopolíticas.


A mostra é composta por 16 mosaicos de fotografias, desenhos e entrevistas produzidas pelas crianças e adolescentes indígenas de Panambizinho, Tey Kue, Kurusu Amba (Mato Grosso do Sul) e de Reko Pave (em Capitão Bado, Paraguai). As produções são fruto do projeto Olhares Cruzados, uma parceria entre a OSCIP ‘Imagem da Vida’, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Conselho Aty Guasu, a ONG Nossa Tribo e o PNUD.


O ‘Olhares Cruzados’ desenvolveu nas aldeias oficinas de fotografia, redação e desenho. A exposição também conta com trabalhos dos renomados fotógrafos Rosa Gauditano e Christian Knepper, que documentaram as atividades realizadas com as crianças. O trabalho do projeto foi registrado em livro e em documentário (“Olhares Cruzados - Guarani Kaiowá Pai Tavytera”, com a direção de Nilton Pereira).


A cerimônia de inauguração da exposição (de 17 a 26/04), no Espaço do Servidor da Câmara dos Deputados, contou com a presença da Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, do representante residente do PNUD, Jorge Chediek, de lideranças indígenas, entidades de defesa dos diretos dos povos indígenas, parlamentares e demais autoridades.


A realização da mostra é fruto de um convênio com a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República. A parceria prevê também a realização de um Fórum entre jovens Guarani Kaiowá e representantes do Poder Público, no segundo semestre de 2013, visando a formulação de políticas que contemplem os direitos desta etnia.


A etnia Guarani, uma das maiores do continente sul-americano, contribuiu diretamente para a formação do povo brasileiro. Mesmo com toda a privação de direitos e territórios iniciada com a colonização, os Guarani Kaiowa ainda formam a mais populosa etnia indígena do Mato Grosso do Sul. Esta população ainda vive uma difícil situação no que se refere aos seus direitos humanos.


Olhares Cruzados





RETRATOS DOS JOVENS GUARANI GANHAM DESTAQUE NA EXPOSIÇÃO. FOTO: DIVULGAÇÃOO projeto Olhares Cruzados, iniciado em 2004, possibilitou o conhecimento recíproco entre cerca de 1.500 crianças brasileiras de comunidades quilombolas e indígenas, latino-americanas, africanas e de países fruto da diáspora africana, através da troca de fotografias, cartas e objetos produzido por elas durante as oficinas. Esta atividade veio para fortalecer suas identidades e ampliar os seus universos culturais, por meio do reconhecimento da forma como se veem e querem ser vistas. Os resultados são publicados em livros, distribuídos nestas comunidades, em escolas e bibliotecas no Brasil e no exterior. Atualmente, já foram produzidos quatro documentários em vídeo, dez livros publicados e mais dois estão em fase de edição.


Onze países, para além do Brasil, foram englobados no projeto: Angola, Moçambique, Senegal, Haiti, Congo RDC, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Bolívia, Paraguai e Etiópia; No Brasil, as ações aconteceram nos seguintes estados: Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piaui, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande Do Sul e São Paulo.


Desde o seu início, o projeto Olhares Cruzados contou com grande reconhecimento da mídia e da sociedade em geral. Em 2010 a coordenadora do programa, Dirce Carrion, recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco como reconhecimento da eficácia do projeto no tratamento das relações do Brasil com a África e países fruto da Diáspora Africana. Para Dirce, o projeto é uma forma eficiente de promover o autoconhecimento e o registro da história destes grupos, afinal, “o fato de se apresentar para o outro passa obrigatoriamente pelo ato de olhar para si mesmo, pelo reconhecimento do seu contexto, pela reflexão sobre os seus saberes e valores culturais e, principalmente, pela compreensão de pertencimento a uma comunidade”, afirma Dirce.


Este trabalho contou com o apoio institucional de diversas organizações sociais, órgãos do governo e embaixadas. Os principais financiadores foram: Ministério das Relações Exteriores, Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial – SEPPIR, Secretaria Especial de Direitos Humanos – SDH, UNICEF, Save the Children, PNUD, UNICEF, OEI, Instituto HSBC Solidariedade, entre outros.


A atividade entre os indígenas de Mato Grosso do Sul e do Paraguai foi promovida no âmbito do Programa Conjunto Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas no Brasil (PCSAN), executado dentro de uma parceria entre o Sistema das Nações Unidas no Brasil – através da atuação de seus organismos PNUD, UNICEF, FAO, OIT e OPAS/OMS – e o Governo Brasileiro – representado por FUNAI, MDS, SESAI/Ministério da Saúde e ABC. O Programa é uma das 130 iniciativas espalhadas pelo mundo, financiadas pelo Fundo para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG-F). O fundo, criado com contribuição do governo da Espanha, tem como objetivo abordar as desigualdades promovendo ações em âmbito local, contribuindo assim para uma inclusão mais precisa de comunidades isoladas e marginalizadas, cujas necessidades seguem elevadas.

Obras no Museu de Pará de Minas são retomadas após dois anos

Atraso em processo de licitação foi um dos motivos do fechamento do local. 'Obra deve ser concluída em setembro', diz diretora do museu.


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Museu de Pará de Minas está fechado há dois anos (Foto: Reprodução/TV Integração)Museu de Pará de Minas está fechado há dois anos
(Foto: Reprodução/TV Integração)
Um dos símbolos da história de Pará de Minas, no Centro-Oeste do estado, está fechado há quase dois anos para reformas. É o museu histórico, que abriga não só obras de arte, mas também lembranças do que aconteceu desde a época do fundamento no século XVIII. As obras estão atrasadas e, com isso, os artistas da cidade ficam sem espaço para divulgar os trabalhos. De acordo com a diretora do museu, Monasita Aguiar, a previsão é de que a obra seja concluída em setembro, mês do aniversário da cidade.
Quem vê o patrimônio cultural de portas fechadas para o público não esconde a decepção. “É  uma perda enorme porque é um ponto de entretenimento, de lazer e cultura”, disse a atriz Monasita Aguiar.
O museu foi a primeira construção da cidade. Era a última parada de mineradores antes de chegar a Pitangui para explorar o ouro. Mas o local está há quase dois anos sem receber atividades devido a problemas como o atraso num processo de licitação. "Fazíamos todo o processo licitatório e no dia não aparecia empresa alguma, isso durante muito tempo. Somente no ano passado o contrato foi assinado em outubro e fizemos uma carta convite para um arquiteto, mas a mudança de administração culminou no atraso", explicou a diretora do museu, Ana Maria Campos.
Este ano algumas reformas já foram feitas. Como a troca do telhado e do forro de palha de bambu. Com o processo de licitação, a intenção é adaptar o local seguindo os padrões de acessibilidade. "Vamos fazer a transferência da recepção e uma rampa para receber essas pessoas. Os banheiros também serão reformados. Enfim, todo o prédio passará por uma reforma dentro dos padrões de acessibilidade", completou a diretora.
As obras devem começar ainda este mês. Enquanto isso, moradores do município, como João Batista, estão ansiosos para que isso aconteça rápido. Ele é artista plástico e quer voltar a frequentar o museu, que é a própria história da cidade. Segundo o artista plástico João Batista Leite, o local realmente faz muita falta.
E para não deixar as preciosidades culturais apenas entre quatro paredes, funcionários do museu têm levado a história para as escolas através de projetos. "Queremos dar a oportunidade para todos conhecerem esse acervo cultural de Pará de Minas", concluiu o secretário de Cultura de Pará de Minas, Luciano Pereira.

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