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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Museu do Pão em Ilópolis, representante gaúcho em catálogos internacionais de arquitetura


Fazia pelos menos dois anos que eu tinha colocado na cabeça a ideia de conhecer o Museu do Pão em Ilópolis, depois de ter visto imagens do projeto em um importante catálogo de museus do mundo . Foi algo entre uma certa vergonha e sentimento de reconhecimento , a gente vai em busca de arte pelo mundo e não conhece e nem valoriza o que esta aqui pertinho, portanto fomos lá conferir .IMG_2218

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Bom , nem tão pertinho assim , porque Ilópolis fica  200km de Porto Alegre mas nada que uma esticadinha desde um passeio até o Vale dos Vinhedos não facilite. A cidade é minúscula, o município todo tem 4 mil habitantes, e você deve estar se perguntando como conseguiram desenvolver um projeto assim? 

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Uma casa na típica na cidade de Ilópolis

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Pois bem, em 2004 A Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari é criada e adquire o imóvel com recursos doados pela Nestlé Brasil através de um projeto da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). Seu primeiro ato é adquirir o prédio do Moinho Colognese.

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O Moinho Colognese foi fundado em 1917, passou por diversos proprietários e locatários: por fim, é fechado e o seu maquinário, vendido. Carlos Colognese aluga o prédio e ali monta um armazém de secos e molhados. Em 1953 O prédio é adquirido pelos irmãos Colognese e o moinho é novamente montado com a denominação de Colognese e Cia.

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O escritório Brasil Arquitetura , do arquiteto Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci de São Paulo, elabora projeto para a restauração do moinho, integrado ao projeto do conjunto do futuro Museu do Pão. Inicia-se a restauração do moinho pelos alunos do curso de Restauração e Artesanato de Madeira, promovido pelo IILA (Instituto Ítalo Latino Americano).  Em 2008 o projeto é concluído e o Museu do Pão aberto.

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Símbolo encontrada nas paredes de madeira de uma das casas que foi demolida para a restauração do moinho e usada como logo do Museu do Pão
O Museu é dividido em quatro partes, uma histórica , um auditório, a oficina de panificação e o próprio prédio restaurado. Assim, os arquitetos conceberam um passeio arquitetônico que contorna todo o conjunto, em sua maior parte transparente e trabalhado com concreto.

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A oficina de panificação oferece cursos para interessados , mas precisa de patrocínio para funcionar o que acaba acontecendo umas três vezes por mês . É super bem equipada e muito atrativa, uma bela sugestão para as novas padarias que estão abrindo em Porto Alegre utilizarem em seus cursos e promoverem visitas.

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Assim que chegamos e esperávamos a chegada da responsável Juliana Dapont que nos acompanhou na visita , passou por nós um morador local que aconselhou que só olhássemos para o prédio antigo , segundo ele “o novo é muito feito” . A resistência a mudança é uma constante em qualquer sociedade!

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Um pouquinho de divertimento no caminho , na passagem pela praça central de Anta Gorda o desafio , ninguém se animou a tirar foto com o símbolo da cidade nem na placa de entrada! Mas também que nome heim!

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A história da valorização dos moinhos italianos da serra gaúcha começou quando a pesquisadora e ambientalista Judith Cortesão visitou a região. Encantada com o que viu, Judith passou a considerar o Moinho Colognese “um dos relevantes monumentos históricos nacionais”. Tamanho entusiasmo inspirou a criação da Associação dos Amigos dos Moinhos do Alto do Vale do Taquari que busca conservar esse patrimônio.

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Moinho Vicenzi , Linha Tuna em Anta Gorda
Os moinhos são importantes pois testemunham a decisão de permanecer no Brasil, tomada pelos imigrantes italianos do Alto do Vale do Taquari, que chegaram ao país a partir de 1909. Como o pão e a massa são a base da culinária italiana, produzir a farinha de trigo significava que eles não tinham intenção de retornar à Europa. Com o passar dos anos (e a proibição da produção de farinha de trigo em moinhos artesanais), os prédios foram abandonados. Hoje, a principal base econômica da região é a produção de erva mate cujo processo histórico pode ser conhecido no parque do Ibama. (fonte site Brasil Arquitetura)


Moinho Dallé

Moinho Dallé Arvorezinha (site Caminho dos Moinhos)
Depois de recuperar o moinho de Ilópolis, a associação sonha mais alto: desenvolver o “O Caminho dos Moinhos” incluindo os municípios de Anta Gorda e Putinga e Arvorezinha. Eles fizeram muito e espero que consigam muito mais apoio e divulgação para que esta iniciativa não se perca !


Museu do Pão ( http://www.ilopolis-rs.com.br/site/pagina.php?id=15)
TERÇAS-FEIRA A SÁBADO
DAS 08H30MIN ÀS 11H30MIN – 13H30MIN ÀS 17H
DOMINGOS E FERIADOS
DAS 13H30MIN ÀS 17H
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Evento Festival FUSO mostra vídeo arte em jardins e praças de Lisboa


O Festival FUSO Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa regressa hoje, para exibir filmes em espaços ao ar livre de cinco museus da capital, onde irá permanecer até 19 de Setembro.




O festival, que decorre este ano em quinta edição, é produzido pela DuplaCena e a Horta Seca - Associação Cultural, em coprodução com a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (Egeac), o BES Arte & Finança e a Fundação EDP.

Este ano, segundo a DuplaCena, foram estabelecidas parcerias com quatro museus nacionais em Lisboa - o de História Natural e da Ciência, de Arte Contemporânea, o Arqueológico do Carmo e o Nacional de Arte Antiga - onde serão apresentados os vídeos, em espaços ao ar livre.

Um dos objetivos deste festival é dar a conhecer ao público não apenas as novas obras de vídeo arte de portugueses e estrangeiros, mas também as problemáticas em que estão envolvidos.

O Festival vai atribuir nesta edição dois prémios: o Prémio Aquisição FUSO/Fundação EDP para a melhor obra, no valor de 2.500 euros, e o Prémio do Público, que consiste num certificado.

De acordo com a organização, o tema deste ano será "Plural de Cor", que remete para os filmes (experimental, ficção, documentário) realizados a preto e branco, "cores que não são geralmente consideradas como tal".

A direção-geral é de António Câmara Manuel e os programadores são Jean-François Chougnet, Lori Zippay, Pilar Simon Ribal, Anne Marie Duguet, Susana Pomba, Isabel Nogueira e Solange Farkas.

No Espaço BES Arte & Finança inaugura hoje uma exposição na qual estarão patentes trabalhos de artistas portugueses, com curadoria de João Laia.

Os prémios serão anunciados a 25 de agosto, numa cerimónia que decorrerá, a partir das 22:00, no jardim do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

fonte:
http://www.noticiasaominuto.com/cultura/99673/festival-fuso-mostra-v%C3%ADdeo-arte-em-jardins-e-pra%C3%A7as-de-lisboa#.UhPelq7oD-s