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terça-feira, 26 de novembro de 2013

As medidas da preservação : Tese da Escola de Belas-Artes avalia parâmetros de conservação do patrimônio histórico de Congonhas

Willi Gonçalves: busca de um modelo sustentável de conservação do patrimônio


Iluminação ambiente, temperatura, poluição e umidade relativa do ar são atores que impactam a integridade do patrimônio histórico. Compreender como essas influências externas agem sobre um dos principais santuários de Congonhas do Campo, para, a partir deles, formular parâmetros de conservação é o eixo da tese Métricas de preservação e simulações computacionais como ferramentas diagnósticas para a conservação de coleções: um estudo de caso no Sítio Patrimônio Mundial de Congonhas, Minas Gerais, Brasil, defendida por Willi de Barros Gonçalves junto ao programa de Pós-graduação da Escola de Belas-Artes da UFMG.

Como objeto de pesquisa, Willi Gonçalves analisou a capela da ceia do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, interior de Minas Gerais. O local, que foi eleito patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), conta com peças do barroco mineiro datadas do século 18.

“Escolhemos essa capela devido à importância histórica e cultural desse patrimônio, que recebe milhares de visitantes todos os anos. Além disso, como encontra-se próxima a uma região onde há mineração, ela sofre com a ação da poeira gerada pela atividade”, explica Gonçalves.

A pesquisa trabalhou em duas vertentes: as métricas de preservação e as simulações computacionais. A primeira etapa do estudo visou à obtenção de parâmetros quantitativos que facilitam as ações de quem trabalha com preservação de patrimônio. Esses parâmetros englobam variáveis ambientais que interferem na deterioração dos bens culturais, como iluminação, temperatura, poluição e umidade relativa do ar.

As medições feitas no ambiente analisado (no caso, o interior da capela da ceia), determinam como os agentes externos atuam sobre o patrimônio, indicando, assim, as melhores condições para que seja preservado.
Correntes de ar

Segundo o pesquisador, simultaneamente ao estudo das métricas de preservação, foram feitas simulações computacionais para avaliar como a deterioração ocorre no lugar. Foi estudada principalmente a ação das correntes de ar no seu interior.

“A capela que analisamos só tem uma entrada, porém a porta tem várias aberturas, o que faz com que haja correntes de ar circulando permanentemente no local. Por meio das ferramentas de simulação no computador, estudamos quais intervenções poderiam ser feitas na capela para melhor conservá-la”, diz.

Nas simulações, foram observadas as possibilidades de vedação da abertura da capela e de um sistema que puxasse o ar de fora para dentro apenas quando apresentasse condições favoráveis. Além das simulações em computador, foram feitos testes em um túnel de vento do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG.

“Usamos uma série de aparelhos para medir as condições do ambiente interno da capela. Uma das medições mais importantes foi um escaneamento feito com escaner 3D, que gera uma fotografia tridimensional e muito detalhada do ambiente. Com esse escaneamento, as simulações de computador e os testes no túnel de vento, conseguimos entender como o ar circula em volta das esculturas no interior
Sustentabilidade

Para Willi de Barros Gonçalves, apesar de inovador no Brasil, esse tipo de estudo em patrimônios históricos móveis e imóveis já foi feito em regiões da Itália e do Egito, importante, segundo ele, para a conservação sustentável dos patrimônios.

“A sustentabilidade dos sistemas de climatização é algo importante em um cenário de mudanças climáticas globais. Observando como o ar circula ao redor e dentro da capela, podemos criar modelos sustentáveis para que o local se conserve usando apenas a circulação natural ou forçada das correntes de ar, sem a necessidade de um sistema de ar-condicionado”, exemplifica.

No caso do Santuário Bom Jesus do Matosinhos, o pesquisador ressalta que as alternativas sustentáveis de conservação devem, também, focar na poeira gerada pelas mineradoras da região.

“Na capela, uma das nossas conclusões foi a de que as estratégias de conservação devem ser feitas pensando sempre no fato de que o ar que circula na região, em alguns meses do ano, apresenta elevado nível de sujeira e poluição oriundas da atividade mineradora. Esse é um dos grandes problemas que os métodos de conservação naquele local devem combater”, explica.
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Tese: Métricas de preservação e simulações computacionais como ferramentas diagnósticas para a conservação de coleções: um estudo de caso no Sítio Patrimônio Mundial de Congonhas, Minas Gerais, Brasil
Autor: Willi de Barros Gonçalves
Orientador: Luiz Antônio Cruz Souza
 by bibliobelas

fonte:Luana Macieira
 

Em museu na Irlanda, são exibidos , Queijos feitos com pele de axila e dedão do pé

Cientista e especialista em aromas coletaram bactérias de partes do corpo humano para fabricar alimento


Foto: Henrique Tramontina / Arte ZH


Não é por acaso que chulé tem cheiro de queijo: ambos são resultado da ação de fungos e bactérias. Naquela pele morta sob os cantos das unhas dos pés, vivem micróbios semelhantes aos que produzem os queijos roquefort e gorgonzola.

Esse cheiro desagradável inspirou a cientista americana Christina Agapakis e o norueguês expert em aromas Sissel Tolaas a coletarem amostras de pele de personalidades da arte e da gastronomia para fabricar... queijo!

Micróbios do nariz, da axila, da boca e do dedão do pé deram origem a 11 queijos diferentes, com aromas semelhantes à parte do corpo doadora.



E o gosto? Ninguém ousou provar, mas dá para imaginar:

– Não surpreende que cheiros de queijo e de partes do corpo são semelhantes. Mas quando começamos a trabalhar juntos, nos surpreendeu o fato de que as populações microbianas também são semelhantes – explicou Christina.

– Apesar da semelhança química e biológica, é óbvio que existem diferentes respostas culturais e emocionais aos fedores de queijo e pé – completou.

Os cientistas-artistas esperam estimular a consciência corporal dos visitantes que conhecerem as peças de queijo, expostas na mostra Grow Your Grow Your Own – Life After Nature ("plante você mesmo – vida depois da natureza", em tradução livre), na Science Gallery, em Dublin.

Entenda por que você é mais bactéria do que humano:
fonte: