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sábado, 19 de abril de 2014

Museu em Cordisburgo completa 40 anos com exposisão das riquezas de Guimarães Rosa

Local onde está acervo do expoente da literatura, completa 40 anos e mostra objetos pessoais, diplomas e as primeiras edições de suas obras, como Grande Sertão: Veredas


Museu fica em Cordisburgo, na Região Central, e é o melhor destino para quem quer saber sobre vida e obra do autor

Quarentão cheio de histórias, dono de rico acervo e sempre de portas abertas para receber visitantes e homenagear a memória de um dos maiores expoentes da literatura nacional. O Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, na Região Central, a 114 quilômetros de Belo Horizonte, completa quatro décadas como polo irradiador de cultura, difusor de educação patrimonial, enfim, destino certo para quem se interessa pela vida e obra do autor de Grande Sertão: Veredas e gosta de viajar pelas páginas de um bom livro. Para julho, está programada a Semana Roseana comemorativa, com exposição, palestras, mesa-redonda e outros eventos, diz Ronaldo Alves, coordenador do espaço vinculado à Superintendência de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura.

Andar pelos cômodos do casarão da Avenida Padre João, onde nasceu João Guimarães Rosa (1908-1967), é descobrir mais sobre o mineiro que ganhou o mundo servindo como diplomata e com a obra traduzida para vários idiomas. À mostra, estão exemplares das primeiras edições de Sagarana, Corpo de baile, Tutaméia; e, claro, Grande Sertão: Veredas; a coleção de gravatas-borboleta, traço inconfundível do figurino do escritor; o terno; a cartola; o diploma que recebeu ao tomar posse na Academia Brasileira de Letras em 16 de novembro de 1967, “três dias antes do seu falecimento”, destaca Ronaldo; e o mobiliário – guarda-roupa, mesa do escritório, cadeira de balanço. Não poderia faltar jamais a máquina de escreve e ela está lá.

Na casa do fim do século 19 onde Guimarães Rosa nasceu e que pertence, hoje, ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), há muito mais para se ver e curtir durante boas horas. Ficam à disposição dos visitantes cerca de 700 documentos textuais, dentre os quais se destacam registros pessoais (certidões, correspondências, discursos, originais manuscritos ou datilografados, a exemplo de Tutaméia, última obra publicada) e do trabalho como médico e diplomata, além de fragmentos do universo rural presente na literatura roseana.

Segundo Ronaldo, o museu recebeu ano passado aproximadamente 30 mil pessoas, sendo 90% estudantes. Nesse mundo ocupado agora por objetos, papéis e móveis, havia os aposentos da família (quartos da bisavó materna, dos pais e das irmãs, esse último transformado em escritório do museu), sala de jantar e alcova. Inaugurado em 30 de março de 1974, o museu foi concebido como centro de referência da vida e obra do escritor e idealizado no contexto de acontecimentos: a morte repentina dele e a criação do Iepha em setembro de 1971 para preservar o patrimônio cultural.

SEU FULÔ Em 1984, quando completava 10 anos, o museu ganhou um acréscimo que traz a marca da infância de Guimarães: a reprodução da venda de secos e molhados do Seu Floduardo, conhecido como seu Fulô, incorporada definitivamente à exposição. Quatro anos depois, entrou em cena a Semana Roseana, parceria do museu com a Academia Cordisburguense de Letras João Guimarães Rosa, reunindo pesquisadores e estudiosos de universidades de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. O evento abrange diferentes atividades, como oficinas literárias, música, artes plásticas (desenho e xilogravura), fotografia, palestras, apresentações teatrais, lançamento de livros, feira de artesanato e shows musicais. Ocorre, ainda, a caminhada ecoliterária, no itinerário urbano e rural registrado na literatura: a antiga estação ferroviária, a casa da infância, a Capela de São José, fazendas e cidades vizinhas.

Uma surpresa está reservada para quem chega de perto ou de longe. Trata-se do Grupo de Contadores de Estórias Miguilim, composto por mais de 30 jovens entre 11 e 18 anos que recebem formação permanente em técnicas de narração e sobre a vida e obra de Guimarães Rosa. “Sempre quando as pessoas chegam ao museu, podem ser apenas duas ou um grupo grande, elas são recebidas com a leitura de trechos de livros”, afirma Ronaldo. Criado em 1995, com o objetivo de prestar acompanhamento e enriquecer as visitas ao Museu, o grupo ultrapassou as fronteiras institucionais e adquiriu expressão regional e nacional. Além do espaço do museu, a turma tem se apresentado em diferentes localidades de Minas e do país, em universidades, congressos, seminários, escolas e instituições culturais e filantrópicas.

AMIGOS Nessa história, tem importância fundamental a Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa, fundada em 1994. A entidade filantrópica reconhecida como de utilidade pública municipal e estadual é mantenedora da Biblioteca Pública Riobaldo e Diadorim e do grupos Contadores de Estórias Miguilim e Melhor Idade Estrelas do Sertão. A associação incentiva a participação da comunidade nas atividades do museu e apoia projetos e eventos que fortaleçam a cultura local.

Serviço
Museu Casa Guimarães Rosa
Aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 17h – Entrada: R$ 2
Av. Padre João, 744 – Centro, Cordisburgo
Telefone: (31) 3715-1425

SAIBA MAIS:
CIDADÃO DO MUNDO
Contista, novelista, romancista e diplomata, João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo em 27 de junho de 1908 e era filho de Florduardo Pinto Rosa e Francisca Guimarães Rosa. Aos 10 anos, chegou a Belo Horizonte para estudar e se formou em 1930 na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Tornou-se, então, capitão médico, por concurso, da Força Pública do Estado. A estreia literária ocorreu em 1929, com a publicação, na revista O Cruzeiro, do conto “O mistério de Highmore Hall”. Em 1936, a coletânea de versos Magma recebe o Prêmio Academia Brasileira de Letras. Diplomata por concurso que realizara em 1934, o mineiro ilustre foi cônsul em Hamburgo (de 1938 a 1942), secretário de embaixada em Bogotá (de 1942 a 1944) e ocupou outros cargos de relevância. A publicação de Sagarana, em 1946, deu-lhe destaque nacional, o que foi reiterado pelas obras Grande sertão: Veredas, traduzido para vários idiomas, Corpo de baile e outras. Rosa morreu no Rio de Janeiro (RJ) em 19 de novembro de 1967.



Portal Grande Sertão tem figuras humanas em bronze e fica na Praça Miguilim
LINHA DO TEMPO
1974 – Em 30 de março, Museu Casa Guimarães Rosa, vinculado à Superintendência de Museus e Artes Visuais, é inaugurado em Cordisburgo
1984 –Museu Casa Guimarães Rosa é reinaugurado com a reconstituição da venda do seu Floduardo Rosa, pai do escritor
1988 –Academia Cordisburguense de Letras João Guimarães Rosa e Museu Casa Guimarães Rosa criam a Semana Roseana, que passa a ser realizada todos os anos
1994 – Em 3 de dezembro, é criada a Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa, entidade mantenedora da Biblioteca Pública Riobaldo e Diadorim
1995 –Criado o Grupo de Contadores de Estórias Miguilim, considerado o maior projeto de sociocultural do museu. Mais 30 jovens entre 11 e 18 anos recebem formação permanente em técnicas de narração
2010 – Em junho, é inaugurado o Portal Grande Sertão. Fica na Praça Miguilim e se compõe de representações de figuras humanas esculpidas em bronze
2012 –Começa o projeto Rosa dos Tempos, Rosa dos Ventos, com nova exposição de longa duração e parceria com a Associação dos Amigos do Museu

fonte:
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2014/04/19/interna_gerais,520618/museu-em-cordisburgo-completa-40-anos-com-exposisao-das-riquezas-de-guimaraes-rosa.shtml

Angela Merkel visita museu arqueológico de Nápoles

(ANSA) - A chanceler alemã, Angela Merkel, visitou hoje, dia 19, o museu arqueológico de Napóles em meio a uma viagem particular de férias ao lado do marido Joachim Sauer.
    Durante a visita, Merkel deu atenção especial ao acervo relativo às ruínas de Pompeia. No último domingo, ela visitou as escavações arqueológicas das cidades do Vesúvio, onde passeou por mais de três horas.
    A antiga cidade de Pompeia foi preservada graças à grande camada de cinza vulcânica que cobriu o local após a erupção do Vesúvio, no ano 79 d. C. (ANSA)
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Angela Merkel visita museu arqueológico de Nápoles (foto: ANSA)

Estado reabre editais para gestão de museus de Arte e Histórico

A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) reabriu os editais de seleção para contratação de entidades interessadas nas gestões dos museus de Arte, recém-inaugurado, e do Histórico de Mato Grosso.

O primeiro fica na Rua Barão de Melgaço, antiga Residência Oficial dos Governadores, e o segundo está localizado na Praça da República. Ambos estão no Centro da Capital.

Conforme publicação no Diário Oficial desta terça-feira (15), as entidades sem fins lucrativos devem ser uma Organização Social (OS) ou uma como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

A data limite para entrega de propostas para os dois museus é no dia 28 de abril, até às 17 horas.

A Secretaria de Cultura não informou qual será o valor destinado a cada entidade. Anteriormente, no entanto, a seleção do Museu de Arte previa um orçamento anual de R$ 150 mil.

O valor foi questionado pela única interessada, a Casa de Guimarães, que justificou ser muito abaixo da necessidade de gestão de uma casa tombada, que incluirá ainda conservação do prédio, pagamento de contratados e de segurança privada.

No caso do Museu Histórico de Mato Grosso, o processo de seleção realizado no dia 21 de março não teve interessados.

fonte:
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=195050