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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Historiadores denunciam abandono do Museu do Expedicionário

Historiadores denunciam abandono do Museu do Expedicionário
Especialistas reclamam da infraestrutura, doação de peças e atendimento.

Diretoria admite que o prédio, que fica em Curitiba, precisa de reparos.

Museu do Expedicionário reúne objetos e documentos da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (Foto: Juliano Martins/SMCS)

Historiadores paranaenses denunciam o abandono e demonstram preocupação em relação à conservação do Museu do Expedicionário de Curitiba. O local, considerado um dos mais importantes museus sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, reúne documentos e objetos que contam um pouco da história da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na batalha de Monte Castelo, em 1945, na Itália.


A doutora em História Cultural e representante da Associação Nacional dos Veteranos da FEB em Curitiba, Carmem Lúcia Rigoni aponta problemas na infraestrutura do museu, no atendimento e principalmente sobre as decisões arbitrárias da diretoria da Legião Expedicionária Paranaense (LEP), que administra o local em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Seec).


“O museu está morrendo, ele está se fechando em si, pois a diretoria não dá um passo à frente daquelas escadarias”, disse Carmem. Para a historiadora, os principais motivos da deterioração do local são a falta de rotatividade na direção da LEP - a atual diretora está pela terceira vez seguida no mandato - e a política adotada pelo museu, que exclui civis da administração, mantido apenas por militares.

A fachada do museu apresenta rachaduras
(Foto: Arquivo Pessoal)


“Eles não permitem que gente de fora viva o museu. Não é qualquer um que pode virar sócio, eles têm um processo de escolha que ninguém entende”, disse a historiadora. Ainda de acordo com Carmem, as condições do museu seriam melhores se a diretoria procurasse o apoio da comunidade, com parcerias e projetos, ao invés de ficar esperando apenas o poder público. “Foi o caso do Museu de Armas da FEB no Rio de Janeiro. Eles fizeram uma parceria com uma empresa de Curitiba e agora, para mim, é o museu da FEB mais bonito do Brasil", explica.


Infraestrutura com problemas
O prédio em que funciona o museu apresenta problemas com infiltrações e goteiras. A cada chuva forte, o carpete e as cortinas ficam molhados e em todas as salas é possível ver manchas no tapete por causa da água. Algumas paredes também apresentam sinais de infiltrações. A preocupação é que a umidade coloque em risco a conservação do acervo, que conta com documentos e uniformes da época.


O historiador e professor Dennison Oliveira também denuncia a doação de peças do museu. Entre os objetos doados estão a carabina do tenente Ari Rauen, que foi enviada ao 5º Regimento de Carros de Combate (RCC) de Rio Negro e a bandeira nazista, que, segundo o professor, era um dos objetos mais importantes do acervo. “É proibido pelo regulamento do próprio museu a doação destes objetos. Só é permitido em casos de objetos duplicados, caso contrário, não pode”, conta o professor.
Quando chove forte, o carpete e cortinas do museu ficam
molhados (Foto: Arquivo Pessoal)


Além disso, Dennison ressalta que as doações atrapalham o trabalho do pesquisador. “Várias peças foram doadas para quartéis e quartel não é museu. A circulação não é livre, você precisa negociar para entrar. Ainda tem o fato de que é muito mais prático para o historiador que todos os objetos fiquem no mesmo lugar”, explica.


O professor também tentou implantar um programa de voluntários com estudantes de história para trabalharem no museu, já que segundo ele, a maioria dos atendentes não tem formação na área e nem são especialistas na Segunda Guerra Mundial. A idéia, contudo, não foi aprovada pela direção. “Museógrafos nem consideram o Museu do Expedicionário de Curitiba como um museu. Para eles, é uma exposição. Um museu tem que ter um planejamento, um grupo de educadores, um projeto histórico, o que não é o caso daqui”, complementa Carmem Rigoni, que trabalhou por 14 anos no museu.


A falta de segurança é mais um problema apontado. No dia 13 de fevereiro de 2013, de acordo com um boletim de ocorrências da Delegacia de Furtos e Roubos, foram furtados um capacete alemão, uma cruz de ferro, uma cruz de mérito de guerra, uma fivela de distintivo de uniforme alemão e uma baioneta com bainha. Os objetos ainda não foram recuperados.


Outro lado
A própria administração do Museu admite que o prédio necessita de reparos, ainda mais por se tratar de uma construção antiga. “Temos algumas goteiras e infiltrações. Foi feito um pedido para a Secretaria de Estado da Cultura para estes consertos, mas isso acabou não acontecendo. Agora temos que esperar o período eleitoral passar”, explica a diretora do Museu do Expedicionário, Valderez Archegas Ferreira. Enquanto isso, a própria administração paga as despesas de alguns consertos. "Não é muita coisa, o que pode ser feito, estamos pagando", explica.
Em todas as salas é possível encontrar manchas no
carpete por causa das goteiras (Foto: Arquivo Pessoal)


Em relação às denúncias dos historiadores, Valderez alega que qualquer pessoa pode ser sócia do museu, desde que cumpra os requisitos do estatuto e da mesa diretora. “Queremos aqui quem quer ajudar, quem está preocupado com o coletivo, com a FEB. Qualquer pessoa que queira entrar por interesse próprio, será vetada pela direção”, conta.


Quanto ao atendimento, a diretora explica que o museu tem dois monitores que são estudantes de história e treinados para contar sobre a FEB. Eles têm a função de acompanhar grupos que agendaram a visita ao museu. Já para quem não fez o agendamento, não há este tipo acompanhamento, mas que até os funcionários da segurança privatizada estão treinados para explicar o básico.


Sobre as doações, Valderez finaliza dizendo que elas foram feitas em outras gestões e, portanto, não cabe a ela comentar sobre. “Na minha gestão, objetos não foram doados. Pelo contrário, estamos recebendo muitas doações”, comenta.


Em nota, a Seec informou que o convênio com a Legião Paranaense do Expedicionário, dona do prédio e do museu está vencido. Por isso, não é possível fazer o repasse de recursos para as obras de revitalização. A secretaria aguarda renovar o contrato do convênio.


"A Secretaria de Estado da Cultura tem efetuado obras de conservação periódicas e contribui com a manutenção do Museu. Também já fez estudo preliminar das intervenções necessárias, a ser encaminhado para elaboração dos projetos de reforma e levantamento de custos", diz trecho da nota.

Em vários locais, é possível encontrar manchas no tapete por causa das goteiras e infiltrações (Foto: Arquivo Pessoal)

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/07/historiadores-denunciam-abandono-do-museu-do-expedicionario.html

Carros dos Sonhos: Design Inovador, Ideias Visionárias

O High Museum of Art, em Atlanta, Geórgia (EUA), recebe uma mostra que narra a evolução do design de automóveis ao longo das décadas.

A exposição reúne designs e desenhos conceituais, além de modelos em escala, feitos por alguns dos fabricantes mais populares da Europa e dos EUA.

Os carros nunca foram produzidos em massa, mas serviram, segundo a curadora da mostra, Sarah Schleuning, para apontar caminhos para o futuro. "Desafiaram a noção do que é possível, tecnologicamente e estilisticamente", explica Schleuning.

A exposição Dream Cars: Design Inovador, Ideias Visionárias fica aberta até 7 de setembro de 2014. O website do High Museum of Art é high.org.





A evolução do design de automóveis é o tema de uma exposição no High Museum of Art, em Atlanta, Geórgia (EUA). Este é o Edsel Ford Model 40 Special Speedster, de 1934, projetado por Edsel Ford e Eugene T “Bob” Gregorie. Todas as fotos são cortesia www.high.org.


fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2014/07/140723_galeria_carros_sonhos_lab.shtml