Ouvir o texto...

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Design e gastronomia espanhola na mostra Tapas no Museu da Casa Brasileira. São Paulo, Brasil.

Tapas: design espanhol para gastronomia chega a São Paulo, Brasil, após apresentação em países da América do Norte, Europa e Ásia





O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, realiza, entre 15 de setembro e 8 de novembro, a exposição Tapas: design espanhol para gastronomia, produzida pela Acción Cultural Española (AC/E) com curadoria do designer e arquiteto Juli Capella. A mostra, que conta com apoio da Embaixada da Espanha e do Consulado Geral da Espanha em São Paulo, explora a interação entre o design e a gastronomia, duas disciplinas criativas que vivem um momento recente de ebulição na Espanha. Descrita como “um espetáculo de imaginação e talento a serviço do paladar”, apresenta alguns ícones tradicionais do design espanhol para alimentos juntamente com cerca de 250 objetos mais recentes, utilizados no preparo e para servir refeições, concebidos ou fabricados na Espanha nas últimas décadas.

Com motivo da exposição, a Embaixada da Espanha, o Consulado Geral da Espanha em São Paulo e o Turespaña, com o apoio da “Marca Espanha”, organizarão uma série de eventos relacionados com as tapas durante o mês de outubro, assim como degustações de vinhos espanhóis, entre os quais se destaca a “Tapas Week”, que acontecerá entre os dias 22 de outubro, ¨Dia Mundial da Tapa¨, e 2 de novembro em diversos restaurantes de São Paulo.





Tapas – Foto: shutterstock

Inédita no Brasil, a mostra Tapas chega a São Paulo desde Madri, após itinerar por Tóquio (Japão), Miami, Washington e Albuquerque (Estados Unidos), Seul (Coreia do Sul), Toronto (Canadá), Liubliana (Eslovênia), Guanajauto e México D.F (México). Com curadoria do arquiteto e designer catalão Juli Capella, que já apresentou em São Paulo a exposição “300% Spanish design” no SESC Av. Paulista em 2009, a mostra destaca as contribuições do design na gastronomia a partir de três módulos: cozinha, o preparo e seus utensílios; mesa, os objetos para a degustação das refeições; e comida, o próprio desenho dos alimentos. Estarão expostos utensílios tradicionais reelaborados por jovens designers; material audiovisual com uma seleção de restaurantes reconhecidos por seus projetos interiores e de vinícolas espanholas que se destacam por sua arquitetura, desenhadas por Frank Gehry, Zaha Hadid, Santiago Calatrava e Rafael Moneo; além de uma coleção de cem garrafas de vinho características pelo desenho especial de seus rótulos.

“Tapas são tipicamente espanhóis. É uma forma de comer pequenas porções, mesclando sabores diferentes. Essa mostra se chama Tapas porque oferece uma pequena degustação de tudo o que compreende o universo dos alimentos na Espanha pelo viés do design, na cozinha, sobre a mesa, nas vinícolas, nos rótulos dos vinhos e dos produtos. A exposição faz uma homenagem à origem da palavra ‘tapa’ para a qual se tem escrito muitas teorias, nenhuma comprovada, umas das quais explica que quando se pedia um vinho, tapava-se o copo com uma fatia de pão ou de um embutido para evitar a entrada de poeira ou insetos. Seria para ‘tapar’, daí vem o nome”, explica o curador Juli Capella.

Tapas aborda o universo da gastronomia na Espanha principalmente nos últimos 25 anos, sem deixar de incluir referências à história gastronômica ibérica, como a típica paella espanhola e as tradicionais moringas (“la bota” e “el botijo”), ótimas para compartilhar as bebidas de forma higiênica. Também são apresentados aspectos de vanguarda e modernidade com alguns dos objetos criados exclusivamente para restaurantes de alto nível como o El Bulli, do chef Ferrán Adriá; El Celler de Can Roca, dos irmãos Joan, Josep e Jordi Roca; e Mugaritz, do chef Andoni Luis Aduriz.

“Cozinhar é fazer design em pratos”, afirma o chef catalão Ferran Adrià, pioneiro na inclusão de designers industriais na gastronomia e no desenvolvimento de formas exclusivas de apresentação, definindo ao mesmo tempo o conteúdo e o recipiente. Essa singular interação criativa entre cozinha e design se transformou em um dos recursos emergentes do país com maior projeção internacional na gastronomia.




Tapas – Foto shutterstock
Os três módulos da exposição Tapas:

Cozinha
É o local de trabalho, um laboratório no qual confluem funcionalidade e estética. Um lugar presente na casa e no restaurante, no qual não faltam os utensílios, os aparatos, os recipientes e o mobiliário que são utilizados para preparar a comida, tais como frigideiras, talheres e as demais ferramentas para manipulação, processamento e cocção dos alimentos.

Mesa
Espaço de convívio onde se pode saborear e compartilhar a comida e a bebida, na mesa podemos apreciar um autêntico universo de objetos desenvolvidos para a apresentação dos alimentos e sua degustação. Tanto no ambiente doméstico como em um restaurante, em um avião ou em um piquenique no jardim, o ato de comer é acompanhado por um ritual que consiste de objetos que variam de acordo com as circunstâncias, e que podem incluir desde o menor dos saleiros, passando por louças, talheres, copos, toalhas de mesa e móveis (mesas, cadeiras, lâmpadas), até chegar à arquitetura dos grandes restaurantes e vinícolas.

Comida
A seção da exposição que apresenta a matéria prima gastronômica é dividida em vários ambientes que reúnem, por um lado, produtos alimentícios que apresentam peculiaridades do ponto de vista formal (azeitonas recheadas com anchovas, um churro ou a paella, cuja autoria se perde no tempo) e, por outro lado, as mais elaboradas técnicas de vanguarda criadas pelos cozinheiros mais inovadores. Estão presentes nesse módulo da exposição ícones da Espanha, como o presunto ibérico, a paella e o gazpacho, assim como referências às possíveis origens das famosas tapas espanholas. Visitação: até 8 de novembro.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti www.mcb.org.br
Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.


Museo Pobre: Diseño de Actividades Educativas

Pensando en las premisas básicas y fundamentales para el diseño de un buen programa de actividades educativas en el museo, que para nosotros son: la motivación, la participación y la interacción. Metidos ya en la faena, nos planteamos una serie de criterios que parten de la relación que se produce entre el visitante - todo tipo de público - y la colección del museo, pensando en el visitante con la conexión de su entorno, la contextualización de las colecciones, todo ello relacionado con el tipo de proyecto didáctico que queremos desarrollar.


En lo que tiene que ver con la conexión del entorno, lo habitual es que nos encontremos con museos locales que están totalmente desconectados de la realidad cultural, territorial e incluso de su capacidad administrativa. Es decir, los museos que están aislados de su contexto geopolítico son los más, convertidos en almacenes custodios de una serie de objetos patrimoniales que no explican ni interpretan gran cosa, solo queda a la vista la evidencia de su existencia entras del cristal de las vitrinas - cuando hay vitrinas -, sin aclarar en absoluto, de una manera comprensible para el visitante, sus características con relación a la época y al territorio.


Debemos decir que es cierto que se ven algunas reacciones para mejorar esta realidad del museo hueco, cada vez más instituciones locales y provinciales o estatales se agrupan en redes para obtener ciertas ventajas para la mejora del museo, pero en la mayoría de los casos son básicamente administrativas o que solo se articulan para el préstamo de obras y piezas patrimoniales o para la organización conjunta de actividades.


Es muy importante que el museo local establezca conexiones permanentes con su territorio socio cultural para que sea la base de la comunicación y hacerlo así más comprensible al visitante, todo ello pensado como recurso en la educación patrimonial. Es de valor diseñar también otras conexiones con zonas relacionadas, vínculos con otros territorios, culturas y sociedades a través de los cuales se puede abrir un proceso de comunicación más amplio, enriqueciendo su sentido global para poder abordar el conocimiento del patrimonio desde un punto de vista intercultural.


Para nosotros, además de lo mencionado, es vital el desarrollo de lo que denominamos contextualización del patrimonio, que van mucho más hay de las cartelas, cartelitos, banners, postres, etcétera. La contextualización debe permitir que el proceso de comunicación sea comprensivo y ameno para el visitante, que facilite la asimilación de la información en el puro plano de ocio cultural - diversión - del contenido - discurso expositivo -, para lo cual es necesario la aplicación de la innovación tecnológica tanto en dispositivos y sistemas, como también en soluciones de software (en muchos casos estas soluciones son freeware, es decir, que no tiene coste). Si somos capaces de desarrollar aplicaciones para dispositivos móviles ya no tendremos que comprar los soportes. La cosa se pone bien.


La contextualización adquiere sentido con el diseño y desarrollo de las cuatro dimensiones: espacio, tiempo, funcional y social, pero siempre desde una perspectiva universal - per tutti il mondo -. La contextualización espacio-temporal debe articularse mediante la reflexión sobre el cómo y el cuándo, comprendiendo la evolución y los cambios que se han producido a lo largo de la historia para llegar al desarrollo de una sociedad y una cultura con las características patrimoniales que se muestran. En el caso de la contextualización funcional, tratemos de explicar como los elementos patrimoniales han ido evolucionando su uso a lo largo del tiempo, por lo que adquieren diferente sentido siendo su interpretación diferente dependiendo del tiempo al que pertenecen. No solo debemos fijarnos en su función original, sino en la evolución que han podido sufrir y que está unida a un proceso de evolución cultural Y por último, si hablamos de contextualización social, nos referimos a que el patrimonio puede ser entendido como un recurso social del presente, cuyo valor y significado se ha podido marcar en función de su transformación en el tiempo y su espacio - lugar - para centrar el proceso de comunicación de un patrimonio - colección - concreto.


En la mayoría de los museos locales se impone un modo de comunicación unidireccional, la que se da entre el museo y en dirección al visitante y punto, el público solo es receptor. Si introducimos un guía o con el uso de cuestionarios, la comunicación se convierte en unidireccional pero de doble recorrido, siendo el papel del visitante como emisor muy pobre, casi irrelevante. Esta es la forma de comunicación que debemos cambiar cuanto antes para que los visitantes vuelvan a los museos. La comunicación multidireccional es la solución inmediata, desarrollando propuestas de interpelación entre el patrimonio y el visitante de una manera mucho más dinámica y divertida, intercambiándose continuamente los roles de emisor y receptor, hasta el punto de que se mezclen, generando recursos continuados de valor en el entendimiento de la comunicación del patrimonio entre unos y otros, entre los museos y sus visitantes. La posibilidades de interacción y participación del visitante se multiplica además con el uso de las nuevas tecnologías d ella comunicación, el uso de websites, redes sociales, sin olvidar el uso de talleres y actividades presenciales continuadas, todo ellos pensando en potenciar el nivel de interacción.


Si nos centramos en el hecho puro y duro de lo que es la educación en el museo, podemos planificar más tipos de interacción normalmente dirigidos al aspecto sensorial de la experiencia del museo. Debemos olvidarnos de que el museo es solo vista, en el mejor de los casos de vista y oído. Debemos propiciar la manipulación de objetos sobre todo en museos de ciencia y tecnología, pero no solo ellos. La complicidad entre el museo y los sentidos de los visitantes puede generar experiencias inolvidables, y no solo pensando en personas que tienen alguna limitación sensorial, que también, pero para todo el mundo que busque tener una experiencia en el museo lo más completa posible.


En la pura interacción intelectual está el elemento sorpresa como principal objetivo del museo, de manera que se desarrollen y potencien las reflexiones y conocimientos a nivel individual y colectivo. En realidad nos estamos hablando tanto del hecho intelectual sino a la necesidad de generar emociones, a lo que podríamos denominar la interacción emocional, que se desarrollan trabajando a fondo aspectos como la identidad y los símbolos socioculturales que representan a nivel del individuo y colectivo a su comunidad, de manera que podamos conseguir la implicación del público tanto para la conservación del patrimonio como para su valoración y comprensión histórica en la esencia de su sentido social.


* Algunos archivos multimedia no se muestran en este correo electrónico
pero se pueden ver en el sitio web.
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti Espacio Visual Europa (EVE)

Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.

En 1963, con el apoyo de la Universidad Católica del Norte, inaugura el primer pabellón del actual museo, ubicado en el centro de San Pedro de Atacama, Chile. -- The "atacameños" (people from Atacama) were the founders of the so called "San Pedro Culture" , they established themselves in the Loa's basing and in all the oases of the Atacama's desert.

La historia de este singular museo se remonta a la llegada a Chile del sacerdote jesuita R. P. Gustavo Le Paige, de origen belga, quien en 1955 se radica en San Pedro de Atacama y comienza así, junto con su labor pastoral, su interés por el estudio del pasado atacameño. El Padre Le Paige comenzó a recorrer los cementerios prehistóricos, los talleres líticos y los lugares habitados por la cultura atacameña, donde poco a poco comenzó a recolectar material arqueológico de incalculable valor.




En 1957 inaugura, junto a sus colaboradores, en su casa parroquial el primer museo, el que contenía numerosas piezas prehispánicas (cerámicas, líticos, textiles, metales) y momias atacameñas.



Hasta el año 2007 en el museo se exhibían cuerpos humanos prehistóricos extremadamente bien preservados (conocidos por el público como momias). Sin embargo, en mayo de 2007 el Museo realizó el retiro de estos cuerpos acogiendo la demanda del Pueblo Lickanantay. Actualmente los cuerpos se encuentran en bodegas especiales en el Área de Conservación y Colecciones.

Para el visitante, el museo arqueológico es una visita interesante y obligada, ya que le permitirá conocer los aspectos más relevantes de la historia de San Pedro de Atacama.




En 1963, con el apoyo de la Universidad Católica del Norte, inaugura el primer pabellón del actual museo, ubicado en el centro de San Pedro de Atacama. Este museo cuenta con una colección de aproximadamente 380.000 piezas encontradas en el territorio atacameño, que corresponden al período desde los orígenes de la Cultura San Pedro hasta la llegada de los españoles. 


En la actualidad el museo cuenta con tres pabellones: 1) el hall de exhibición, 2) el pabellón de laboratorios, investigación, biblioteca y documentación y 3) pabellón bodega. 

En 1991 se inauguró, con aportes de Minera Escondida, la Sala del Tesoro, que contiene las piezas arqueológicas confeccionadas con oro.


fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti 
http://www.sanpedroatacama.com/museo.htm

Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.

colaboração: 

Vanči Lipovž



--in


It is estimated that about 11.000 years ago the first towns of the north of Chile were founded, they chose the "puna"region and the gorges of the Atacama desert. 

The "atacameños" (people from Atacama) were the founders of the so called "San Pedro Culture" , they established themselves in the Loa's basing and in all the oases of the Atacama's desert. 










They were the first farmers and therefore the first sedentary group of the country. As the cultivation zone was very little, they constructed terraces in the mountain slopes which were artificially irrigated and fertilized with Llama's guano. Their main economic activity was therefore the agriculture , standing out the cultivation of seven corn varieties, quinoa, beans, Indian fig, cotton, pumpkins, potatoes, dry beans, etc. 

This people also raised Llamas and Alpacas and made use of the meat and wool of these animals. Llamas and Alpacas were also used as a mean of transportation in order to keep a constant commercial exchange with other towns from the coast. 




The "atacameños" showed their artistic developement through pottery, weaves, basketry, wood carving as well as through metallurgy , specially of copper and bronze. Well known are their woodenmade rappee boards and tubes . 

In concern to the religion , it is known that they believed in life after death and that they buried their deaths with clothing and food for the travel to the other life. They adored different forces of the Nature . No temples or oratories have been found. 

The "atacameños" have been the most developed pre-Colombian town of Chile. With the arrival of the Spaniers they show themselves as pacific people receiving the expeditions of Diego de Almagro and Pedro de Valdivia which came to get suply in the oasis by the middle of the XVI century. 

The Mariupol Local History Museum is the oldest museum of Donetsk region, it was founded on the 6th of February, 1920.

Mariupol Local History Museum


Nowadays The Mariupol Local History Museum has nine exhibition halls, there are more than 50 thousand showpieces in its funds.





The exposition of the nature department of the museum gives opportunity to see all the diversity of flora and fauna of the North of Azov. 


The exposition of the presoviet period historical department shows the process of settlement and economical development of the region from the ancient times up to the beginning of the XX century, and the process of soil development in Azov region. 

There are many rarities and interesting archaeological finds of Azov region. Among them the deed of Ekaterina II to Christian Greeks, who were made go out the Crimean khanate and who were settled in the North of Azov, the shroud of 1760, the Gospel of 1811, the materials of the world famous memorial of the Mariupol neolithic burial ground and some others are of the greatest importance.


--
The exposition of the soviet period historical department shows the process of development of Mariupol as a large industrial centre of Ukraine, at a difficult period of our history.
--

(The soviet period historical department presents the events, that took place in Mariupol from 1917 till 1991 – from the Soviet power establishment up to the USSR dissolution. The events that took place at the given period left a scar on the history of the region: the Civil and the Great Patriotic Wars, Famine-Genocide, repressions, postwar reconstruction. The development of Mariupol as a large industrial centre of the South of Ukraine, a centre of science development, education, healthcare, culture and sport is shown by means of household items, photos, documents, unique showpieces.

In 2001 a new permanent exposition «The City of Mariupol in the Years of Independent Ukraine» was opened. It reflects the whole powerful potential of Mariupol in the sphere of industry as well as the spheres of education, culture, sport.

----
At present The Mariupol Local History Museum has filiations:

The Museum of Public Household. The exposition of the museum
shows the peculiarities of the everyday life of the
representatives of different nationalities,
who have settled the territory of Azov region since
 the end of the XVIII century .

— 
Ukrainians, Russian. Greeks, Jews, German, and their economics and culture;


--
The Museum of the History and Ethnography of the
Greeks of Azov region (Sartana). The exposition of the museum
shows the process of Greeks migration from the
Crimean khanate to Azov region in 1778-1780,
the region reclaiming,
the development of agriculture, cattle breeding, trade,
the saving of cultural traditions.

----

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti - http://marsovet.org.ua/en/articles/show/article/16

Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.

A Sinagoga Kadoorie Mekor Haim no Porto, Portugal, já tem em funcionamento um novo museu judaico.

Não é apenas um museu, é a História dos judeus no Porto



O Porto é a morada da maior sinagoga da Península Ibérica, e agora um novo museu promete dinamizar as visitas ao espaço. Os objectos expostos respiram a história da comunidade judaica na cidade. Nas vitrinas e nas pequenas salas, encontram-se peças que remetem para os costumes desta comunidade ou memórias dos períodos mais negros como a Inquisição.


O museu que entrou recentemente em funcionamento é a prova de que a comunidade quer dar a conhecer a sua História. O pequeno núcleo museológico existente não estava devidamente organizado para um espaço que no ano passado recebeu cerca de 10 mil visitantes. “Sentimos a necessidade de falar um pouco da História da comunidade judaica no Porto, mais concretamente da época medieval até aos nossos dias”, explica Hugo Vaz, responsável pelo departamento de turismo da Sinagoga Kadoorie Mekor Haim. O facto de não existir, no Porto, qualquer local onde fosse possível descobrir mais sobre a comunidade, com raízes de séculos na cidade, foi uma das razões para este empreendimento.

As entidades governamentais não entraram no orçamento do museu, as famílias de beneméritos e a própria comunidade foram os únicos obreiros. A família Kadoorie, que dá nome à sinagoga e é tida como a referência entre os judeus no Porto, foi a que doou parte dos objectos. E que objectos são esses? Na ala central encontra-se uma placa onde estão registados quase 900 nomes de judeus vítimas da Inquisição no Porto. Esta listagem de homens e mulheres, com os seus primeiros nomes e apelidos, acompanhados de algumas alcunhas, presta homenagem aos que padeceram em nome da religião, “numa época em que o judaísmo era absolutamente proibido em Portugal”, relembra Hugo Vaz.

De 1380 chega a réplica de uma epígrafe encontrada no século XIX sobre a inauguração de uma sinagoga medieval no Porto. Este é apenas um dos exemplos da documentação inédita agora disponibilizada.

O carácter didáctico é literalmente levado à letra com a representação de uma escola judaica (Yeshivah) numa sala. Um espaço que recupera a imagem de um espaço de aprendizagem que já existiu na sinagoga, durante cinco anos, mas que entretanto fechou por causa do ambiente menos favorável do Estado Novo ao judaísmo. A baixa afluência de alunos e a dimensão da comunidade não justificaram a sua reabertura nos dias de hoje.

A figura do capitão Barros Basto, o fundador da Comunidade Israelita do Porto, é a individualidade destacada no museu. Além de estarem expostos objectos relativos à sua vida militar, estão presentes documentos que demonstram um pouco do seu trabalho em prol da comunidade como, por exemplo, correspondência com a família Kadoorie acerca da sinagoga.

Os museus espalhados por todo o mundo dedicados à comunidade judaica foram um guia para este projecto. Aliás, a Sinagoga Kadoorie Mekor Haim tem desde há dois anos um protocolo com o Museu do Holocausto em Washington, ao qual se compromete a providenciar documentos relativos a refugiados judeus no Porto durante II Guerra Mundial.

O regresso do anti-semitismo à Europa, um facto temido depois de ataques como o que aconteceu no museu judaico de Bruxelas, a 24 de Maio de 2014, não é considerado um problema em Portugal. A comunidade sente-se segura e tem a certeza de que vive num país tolerante. “Nós temos segurança na sinagoga, nunca sentimos nenhuma espécie de anti-semitismo no país. Nunca tivemos qualquer tipo de problema”, esclarece Hugo Vaz.

O museu ainda não está totalmente concluído, falta organizar a biblioteca e terminar pequenos trabalhos no acesso às salas de exposição. A inauguração é a 28 de Junho. A cerimónia vai contar com a presença do rabino da sinagoga Kadoorie Mekor Haim, Daniel Litvak e Dale Jeffries, presidente da Comunidade Israelita do Porto.

Na Rua de Guerra Junqueiro já são habituais os olhares curiosos para a sinagoga. É a maior da Península Ibérica e talvez isso justifique o flash contínuo das câmaras fotográficas e dos mais variados dispositivos móveis. Os “fotógrafos” são sobretudo turistas estrangeiros, que querem visitar o espaço.

A sinagoga mostra-se imponente numa rua em que as habitações unifamiliares dominam a paisagem. O portão de um vermelho desgastado e o muro em seu redor são suficientes para demonstrar que este é o local protegido de uma comunidade. Uma comunidade há muito presente no Porto, e que nunca causou estranheza à maioria dos portuenses, ainda que poucos se atrevam a entrar no edifício. Não por medo, mas sobretudo por desconhecimento. Entre comentários e palpites, reina o argumento de que “precisam de ser judeus para entrar”. Hugo Vaz vem desmentir isso.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.publico.pt/local/noticia/isto-nao-e-apenas-um-museu-e-a-historia-dos-judeus-no-porto-1697181

Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.