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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

‘No Men Beyond This Point,’ film about female-dominant world, sparks outrage --- Como seria o mundo dominado por mulheres? Este filme fez um retrato.

What would the world look like if women ran the show and men became obsolete? That’s the premise of Vancouver director Mark Sawers’ No Men Beyond This Point.


The wry-humoured movie premiered at the Toronto International Film Festival last fall and is set to be released in the city this weekend. It’s already playing this week in Vancouver and will be released on iTunes on April 26.




Imagine a world where the tables were turned: females held the power, and the nearly-extinct males were relegated to tasks like hanging up women's underwear?
Imagine a world where the tables were turned: females held the power, and the nearly-extinct males were relegated to tasks like hanging up women's underwear?
No Men Beyond This Point, Sony Pictures, YouTube

According to its TIFF synopsis, Sawers “envisions a world” where women have stopped giving birth to boys. “Virgin births have been increasing exponentially in number since the 1950s,” taking men out of the “procreation equation.”
“The dwindling population of men are desperate to reclaim their place in the sun.”

The trailer shows women partnering up to co-parent their kids, as men stand on the sidelines.


Judging by the YouTube comments, the satirical view of a hypothetical society was clearly too much for some to fathom. 

“What kind of repulsive garbage is this?” one commenter demanded.
“It’s a mockumentary,” someone replied.
Robert Smith argued that the film is actually proof we’re living in male-hating society. “If the premise was reversed,” he wrote, “this film would never be allowed to be released.”
“What’s more is that this film represents a growing attitude among all women in society,” Smith added.
“In my opinion women are effectively useless and without men this society would crumble, literally.”

“If men disappeared who would build our homes, fix roof tops, repair roads, do our plumbing, wiring and take away the trash? Who would build and maintain our cars? 

“Who would sweep the streets, maintain the sewage systems… What would happen to advancements in science, biology, engineering and technology? Women really have no idea how dependent they are on men.” 

“My favourite part,” echoed Eric B., ” is how there’s still somehow a functioning city infrastructure, cars, modern tech, and use of oil.” 

Others went as far as to say that women’s suffrage was a mistake and that things like the gender wage gap doesn’t exist. 


WATCH: Here’s how Canada rates when it comes to the gender income gap
“F*cking feminism. Go to hell,” said another critic.


So what does the director have to say about all the controversy? He thinks it’s hilarious. 

“I didn’t think men were so sensitive about women becoming the dominant sex but I guess it’s understandable. No one likes to give up control. Especially men,” he joked. 

He assures us there was no political motivation behind his faux documentary. He simply wanted a storyline where two lovers were kept apart.
“That led me to a world where women ruled and men were going extinct. I had to make it as a fake documentary in order to explain how this all came to be. My takeaway: men — can’t live with us, can’t live without us.”


Sawers also told men to chill out (“and maybe seek some counselling?”) because his plot-line is just a joke. 

The last word goes to Mel Betancourt: 

“The actual documentary that will be inspired by these comments: ‘Male fragility, and their inability to understand a joke.'”







Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.

Cultura não é o que entra pelos olhos e ouvidos,
mas o que modifica o jeito de olhar e ouvir. 

A cultura e o amor devem estar juntos.

Vamos compartilhar.

Culture is not what enters the eyes and ears, 

but what modifies the way of looking and hearing.




--br
Como seria o mundo dominado por mulheres? Este filme fez um retrato.

Imagine a world where the tables were turned: females held the power, and the nearly-extinct males were relegated to tasks like hanging up women's underwear?
O FILME CONTA A HISTÓRIA DE ANDREW MYERS, HOMEM MAIS JOVEM NA FACE DA
TERRA E DESTINADO A SER O ÚLTIMO REPRESENTANTE DE SUA ESPÉCIE

Diretor canadense reconta a história da humanidade ao imaginar uma sociedade em que homens estão em extinção - e as mulheres ocupam todas as posições de poder/

Em 1950, uma jovem ganha os noticiários dizendo que teve um filho mesmo sendo virgem. A ciência não tem métodos capazes de comprovar a veracidade da alegação, então o assunto cai no esquecimento. Nos três anos seguintes, porém, mais de 60 gravidezes espontâneas são notificados nos EUA, no Reino Unido, na China e na União Soviética.

Narrado tal qual realidade, a história acima é na verdade um pedaço de invenção do mockumentary “No Men Beyond this Point” (nenhum homem além daqui, em tradução livre), uma comédia misturada com ficção científica com linguagem de documentário. 

Escrito e dirigido pelo canadense Mark Sawers, o filme reinventa a história da humanidade ao adicionar a ela um fato científico determinante: a reprodução por partenogênese (sem a necessidade de um parceiro sexual). Com o fenômeno, não há mistura de material genético e todos os bebês nascem com os cromossomos XX - ou seja, mulheres. E assim elas passam a dominar o mundo.

O longa participou da seleção oficial do Festival de Toronto de 2015 e está atualmente disponível nas plataformas Google Play, no iTunes e no serviço de vídeo sob demanda da Amazon.


O falso documentário

O termo mockumentary é uma junção das palavras “mock” (falso, em inglês) e “documentary” (documentário). O conceito foi criado na década de 1960, mas se popularizou em 1980 com “Isto É Spinal Tap”, uma comédia que acompanha a rotina de uma banda de heavy metal ficcional britânica.

Feito de exageros e estereótipos sobre roqueiros, o filme consolidou o gênero cinematográfico como paródia da realidade contemporânea.

Segundo contou o diretor de “No Men Beyond this Point” ao Nexo, o estilo foi escolhido para contar a história criada por ele devido ao grande número de informações científicas (falsas) que precisava passar ao público.

“A única forma de mostrar como a história havia mudado, e qual era a ciência por trás disso, era contanto na forma de um documentário. Assim podia ter especialistas falando diretamente para a câmera e manter também como uma comédia”, explica Sawers. O orçamento exigido pelo formato também é menor, justifica.

A escolha é interessante pelos pequenos detalhes que ela permite. Entre os falsos entrevistados, por exemplo, há um ex-professor de Biologia Celular, disciplina que se torna obsoleta, uma PhD em História do Homem e uma escritora responsável pelo controverso best-seller “Sexo Após o Homem”.

As câmeras do falso documentário acompanham a rotina de Andrew Myers. Aos 37 anos, ele é o homem mais jovem na face da terra - e destinado a ser o último representante de sua espécie. Myers trabalha como empregado doméstico de uma família de oito mulheres. 
O homem em extinção

Na ficção, a primeira mulher é eleita presidente dos Estados Unidos em 1960. Ela reorganiza a agenda política para beneficiar o sexo feminino. Em 1970, elas já eram ampla maioria da população mundial, predominante nos postos de poder.

Nos anos seguintes, o poder militar é eliminado, a humanidade não pretende pisar na lua, a internet não é criada, as televisões permanecem grandes cubos de transmissão incolor e a cura para o câncer é encontrada.

Em posse do discurso dominante, mulheres passaram a contar a história da extinção masculina como a evolução natural da humanidade - do macaco ao sexo único. “A natureza não teve escolha senão extinguir toda essa energia fálica”, sugere uma delas. No lugar do Deus-pai, a Mãe-natureza se torna a divindade central de louvor da cultura ocidental.

Obsoletos, ignorados e menosprezados, homens vão sendo aos poucos relegados a trabalhos secundários ou trabalho nenhum. Os mais velhos são acolhidos em reservas especiais, no qual recebem comida e entretenimento - velhos videogames preservados.

NO LUGAR DO DEUS-PAI, A MÃE-NATUREZA SE TORNA A DIVINDADE CENTRAL DE LOUVOR DA CULTURA OCIDENTAL


As mudanças na sociedade
A escolha por estereótipos masculinos e femininos chama atenção na narrativa do diretor canadense. Mas ela não foi feita à toa, explica Mark Sawers ao Nexo.
“Você pode chamar de clichê, mas na minha opinião há muitas verdades em clichês. Homens são mais obcecados em o quão fina e grande é uma televisão e eu não acho que mulheres liguem tanto para isso. Elas têm coisas mais relevantes com que se importar.”

Mark Sawers
Diretor de “No Men Beyond this Point”

Boa parte da tecnologia hoje existente, lembra ele, surgiu nos exércitos, como a internet, por exemplo. “Quando as mulheres assumem o poder, elas não precisam das forças armadas. Do outro lado da moeda, há a cura para o câncer.”

Para chegar a esses elementos, Sawers lançou algumas de suas ideias às mulheres de sua equipe. Quando havia divergências, ele mantinha as personagens do filme usando a invenção, como no caso de saias e sutiãs: parte da equipe disse que ainda usaria as vestimentas mesmo se não houvesse mais homens no mundo.
“Fiquei explorando a ideia de como as mulheres são diferentes dos homens. Como seria a tecnologia? A medicina? A política? As viagens espaciais? Quais seriam as prioridades? Na verdade, estava me divertindo com isso, não levamos nada muito a sério. É uma comédia e não há respostas absolutas.”

Mark Sawers

Diretor de “No Men Beyond this Point”
A primavera feminina

No filme de Sawers, a primeira alegação de parto virgem foi anunciada como milagre. Quando o fenômeno saiu do controle, porém, os depoimentos foram tratados como insanidade pelas autoridades. Mulheres grávidas foram abandonadas pelos maridos e pelas famílias e tratadas como párias sociais.
“Mulheres, por natureza, são muito impressionáveis e inclinadas à histeria. É um fato conhecido. Talvez os hormônios envolvidos na gravidez ampliem a histeria. Elas escutam algo sobre uma gravidez bizarra e de repente todas estão grávidas da mesma forma.”

Depoimento de uma autoridade em trecho do filme

A verdade é que a existência masculina estava ameaçada: afinal, a partir do momento em que mulheres podiam ter filhos sem pai, homens deixavam de ter uma função social.
“Todos fingiram que nada estava acontecendo. Mas todos esses países eram governados por homens.”

Depoimento dado no filme
“Nós temos egos também. E ninguém gosta de ouvir que está ficando obsoleto.”

Depoimento dado no filme

A reação retratada no longa não surpreende. Mais de 50 anos após o período em que a história começa, com os direitos femininos em outro patamar em nossa realidade, argumentos de gênero ainda são utilizados para desqualificar mulheres.

Na ficção, a possibilidade de construir uma sociedade invertida vira o barril de pólvora para uma primavera feminina. Na sequência das notícias de jornais, secretárias, garçonetes e empregadas não aparecem para o trabalho e tomam as ruas exigindo o reconhecimento da gravidez espontânea.

Em um dos falsos depoimentos do filme, um professor de biologia celular aposentado descreve a cena em que sua mãe, sem saber que outras mulheres estavam fazendo o mesmo, deixou os três homens da família boquiabertos e famintos na mesa de jantar. "Vou sair, não sei que horas vou voltar, talvez tenha carne no freezer", disse ela vestindo luvas e batendo a porta.

Os protestos do longa lembram as recentes manifestações ocorridas no Brasil contra abusos sexuais, a impossibilidade de tomar decisões sobre o próprio corpo e falta de representação feminina na política. Tal qual acontece hoje, as mulheres do filme foram às ruas exigindo respeito.

Para Sawers, sua produção se encaixa perfeitamente no momento em que a sociedade se encontra. Ele lembra da possibilidade real de os Estados Unidos elegerem sua primeira presidente mulher (Hillary Clinton) e das lutas por igualdade salarial que chamaram atenção em Hollywood recentemente. “A hora é esta. É uma lembrança satírica do que está acontecendo. Igualdade de gênero está na linha de frente neste momento”, diz ele.

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